sábado, dezembro 05, 2009

Silent night...


Silent night... Vejo as luzes ao longe e a noite vestida de um véu negro triste. Pondero e penso em muitas coisas ao mesmo tempo. Tantas que é impossível adormecer mesmo estando a cair de sono a qualquer momento. Arrepio-me só de pensar na confusão em que me meteram. Desvio o pensamento para não me martirizar mais com infortunios e com a tristeza de que as pessoas de facto não sabem ser humanas.
Penso em ti. Sempre em ti e não sei porquê e para quê. Já era mais do que tempo de te deixar ir. E às vezes sinto que me tratas como se já tivesses ido de vez faz tempo. Mas não continuas aqui.  Sinto que andas a cuidar da tua vida e é assim que tem e deve ser. Conta-me, quero saber que estás a viver. Preciso de saber que não continuas isolado no teu mundo. Apesar de tudo continuas aqui de uma forma que sufoca, de um modo incontrolável que me faz querer correr para ti e esquecer tudo o resto como tantas vezes o fizemos. Iludo-me num pensamento desviado da realidade, será que sim? Não não vou escrever que as coisas ditas ou escritas assumem proporções e como eu queria que se tornassem realidade. Não posso esperar o que não existe. Mas posso deixar-te ir. Tenho que te deixar ir por entre os dedos e esquecer a tua pele doce e esguia, esquecer o perfume dos momentos que viviamos. Ir em frente... deixar que as pessoas entrem na minha vida pela porta da frente e não deixá-las do lado de fora à janela. Ser personagem principal e activa na minha própria história. Acreditar nas pessoas e seguir em frente. Tenho medo, tanto medo de voltar a fazer escolhas erradas.  E quando vejo pessoas com as quais sinto afinidades não me deixo levar. Penso sempre que é a minha cabeça a construir castelos na areia, analiso as possibilidades e não me dou a oportunidade de dar o passo em frente. Mas olhando para trás, não me arrependo. A teoria de que não existe felicidade mas sim momentos felizes, alimenta as maluquices do passado. Faz-me sorrir de satisfação. Fui feliz contigo apesar de não te dares a cem por cento, nem mesmo a cinquenta. Estás aqui hoje, como estiveste ontem. Sei que te vou perdendo aos poucos, a memória não está activa nos pequenos pormenores... sentida pela tua ausência, pela distância que uma relação frágil não supera. No entanto não consigo evitar, penso em ti e trago-te comigo. Shiiiiuuuu.... É apenas o silêncio das noites ... sem ti ...!