domingo, outubro 28, 2007

SUPERstarS



Your heart is broken, and you don’t seem to mind
I guess it happened a little too many times, too many times
You try and you got tired, those long a brighten stories
You weald a fire right under the snow
They don’t they don’t
How could they really know
They don’t

They don’t know how it really feels
They’re just on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see you cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance
Dance with you
I felt like superstars do
Me and you
We’re just like superstars

I was around you
You couldn’t really tell
I held you close while
While you drove, you just drove into hell
You know!
A kind of hurt that burns
A light that loves you blind
And while your feet go
They go deeper in the sand
You wave and drown
You rave to the crown that says

But they don’t know how really feels
They’re just here on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see you cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance with me
Yeah you did that crazy dance
You did that crazy dance with me

You did that crazy dance (7x)

Coz they don’t know how it feels
They’re just here on holidays
Like dummies filling landscapes
How could they see us cry?
Do you remember me?
I was the one that held you through
I held a spot light when you did that crazy dance to me
As I dance whith you
I felt like superstars do
Me and you
We felt like superstars
Me and you (2x)


P.S. Latada 2007: eu fui ...e foi quase perfeito,
faltou-me apenas aquele abraço!

Quando dançamos juntos é simplesmente perfeito!

Shall we dance?


quarta-feira, outubro 24, 2007

Invenção do Amor



Preciso que inventes amor com carácter de urgência!

In_love_by_angrymouse


Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado

Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo

Um homem e uma mulher um cartaz denuncia
colado em todas as esquinas da cidade
A rádio já falou A TV anuncia
iminente a captura A policia de costumes avisada
procura os dois amantes nos becos e nas avenidas
Onde houver uma flor rubra e essencial
é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo
É preciso encontrá-los antes que seja tarde
Antes que o exemplo frutifique
Antes que a invenção do amor se processe em cadeia

Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos
Chamem as tropas aquarteladas na província
Convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva
Todos decrete-se a lei marcial com todas as consequências
O perigo justifica-o

Um homem e uma mulher
conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade

É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los
antes que seja tarde
e a memória da infância nos jardins escondidos
acorde a tolerância no coração das pessoas

Fechem as escolas
Sobretudo protejam as crianças da contaminação
uma agência comunica que algures ao sul do rio
um menino pediu uma rosa vermelha
e chorou nervosamente porque lha recusaram
Segundo o director da sua escola é um pequeno triste inexplicavelmente dado aos longos silêncios e aos choros sem razão
Aplicado no entanto
Respeitador da disciplina
Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos
Ainda bem que se revelou a tempo
Vai ser internado e submetido a um tratamento especial de recuperação
Mas é possível que haja outros
É absolutamente vital
que o diagnóstico se faça no período primário da doença
E também que se evite o contágio com o homem e a mulher
de que fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade

Está em jogo o destino da civilização que construímos
o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial
o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos
a verdade incontroversa das declarações políticas

É possível que cantem
mas defendam-se de entender a sua voz Alguém que os escutou
deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas
E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra
respondeu que a voz e as palavras o faziam feliz
lhe lembravam a infância Campos verdes floridos
Água simples correndo A brisa das montanhas
Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior
Mas caminhou cantando para o muro da execução
foi necessário amordaçá-lo e mesmo desprendia-se dele
um misterioso halo de uma felicidade incorrupta

Procurem a mulher o homem que num bar
de hotel se encontraram numa tarde de chuva
Se tanto for preciso estabeleçam barricadas
senhas salvo-condutos horas de recolher
censura prévia à Imprensa tribunais de excepção
Para bem da cidade do país da cultura
é preciso encontrar o casal fugitivo que

inventou o amor com carácter de urgência

Os jornais da manhã publicam a notícia
de que os viram passar de mãos dadas sorrindo
numa rua serena debruada de acácias
Um velho sem família a testemunha diz
ter sentido de súbito uma estranha paz interior
uma voz desprendendo um cheiro a primavera
o doce bafo quente da adolescência longínqua

Daniel Filipe, 1972

In a invenção do amor e outros poemas


domingo, outubro 21, 2007

L'amour...




...

sábado, outubro 20, 2007

Start over again



I never really understood that stuff
Days fall into nights
But wrong won't turn to right

When you reach the top of the tree
And there's nothing left to see
Do we lay and die?
Another on to run dry

So what's this life
What's this life we've chosen?
What it would be like
If we started all over again?

Oh please tell me about love
I never really understood that stuff

So what's this life
What's this life we've chosen?
What it would be like
If we started all over again?
And I just might,
I just might be brave and bold
And what it would be like
If we started all over again?

David Fonseca,
(who else could be???)


sexta-feira, outubro 19, 2007

Rizoma





Roots by Sara Ribeiro

O que eu sinto é como um rizoma

Toda eu sou rizoma ramificações de sentimentos e vivências que se expandem em direcções indeterminadas. O núcleo arrancas-te-me hoje, não existe, nunca existiu. Pobre de quem acredita no bom fundo das pessoas. Quebrou-se o vidro. Sinceridade outrora foi palavra-chave. Gélida, entorpeço! Já não me corre vida nas veias apenas uma amostra de vida. Já nem tenho palavras… parou-me o relógio central com o susto. Do núcleo e do profundo fugiu a lágrima que não mereceste …qual facada pelas costas. Estilhaços de mim pelo chão... e desta vez eu não tenho forças para apanhar, eu não tenho fé, eu não tenho nada.


quinta-feira, outubro 18, 2007

Metáfora do dia-a-dia: viagem inventada





Algures por descobrir ..
Passo a passo ...
Eu e tu!

"Era uma viagem inventada no feliz;
produzia-se em casa de sonho."



J. Guimarães Rosa


segunda-feira, outubro 15, 2007

Dos Sabores e dos Amores...





Image by Lou Crouchet


Não gosto de sabores mesclados e misturados,

Gosto de cada sabor no seu lugar.

Não gosto de sentir pedaços,

Gosto dos sabores por inteiro.

Não abdico da panóplia de sabores,

Mas quero poder identificá-los um a um...

Conhecê-los, apreciar ao máximo

Diferenciar, tocar, sentir, ver, cheirar...



domingo, outubro 14, 2007

Em ti...



Penso em ti: sinto em mim a nostalgia
desse abraço que fica tão distante
e, mesmo assim, nos liga dia-a-dia
e nos aproxima a todo o instante.

Penso em ti: sinto em mim essa tremura
que se espalha ao longo dos meus braços
e te envolve comigo na ternura
com que te aperto a mim, em mil abraços.

Penso em ti: e respiro bem melhor
por saber que te tenho ao meu lado
e que o ar que respiro é o calor
da aragem da amizade em duplicado.

Penso em ti: e pensar é já viver
contigo residindo no meu peito
aprendendo, afinal, a conviver
contigo, tal qual és, desse teu jeito.

E sinto que afinal valeu a pena
sentir como tu sentes a vontade
de viver assim, de forma plena,
este sabor intenso da Amizade.


Fernando Peixoto in "Penso em Ti"

Do sol dos sonhos...






O sol dos sonhos ... metáfora maravilhosa para denominar a esperança implícita no meu olhar. Quando sei que finalmente vou poder tocar-te, sentir-te por perto e poder acreditar que sim ... que depois de tanto tempo também podemos ter direito a um bocadinho de céu, um bocadinho azul. Mas eis que surge o quando... um advérbio temporal gracioso... mas quando ?... um dia destes quem sabe... subjectividade lacerante e hemorragicamente alucinante, porque era para ontem... vou acreditar.. porque o sol dos sonhos me diz para acreditar, a esperança.

E olhar do rés-do-chão da vida para os dias já pisados é sempre encontrar um mar sem fim de vivências, uma tempestade apaziguadora, em que de facto a paz interior é utopia dos sonhadores, dos que dormem uma noite, sem acordar, uma só vez que seja para interromper um dos mais sagrados momentos de descanso e pureza. Mas em nome da aventura perco-me no tempo e estico faço de uma semana um mês e de um dia a alegria. E tento dormir no intervalo de cada capítulo, um olho aberto e outro fechado, apenas por precaução é que a vida pode passar e eu perdê-la naquele micro-segundo em que o mundo pula, anda e avança.



terça-feira, outubro 09, 2007

Ícaro





O sol dos Sonhos derreteu-lhe as asas.
E caiu lá do céu onde voava
Ao rés-do-chão da vida.
A um mar sem ondas onde navegava
A paz rasteira nunca desmentida...

Mas ainda dorida
No seio sedativo da planura,
A alma já lhe pede impenitente,
A graça urgente
De uma nova aventura.


Miguel Torga


sábado, outubro 06, 2007

As meninas dos olhos dele: as palavras


PALAVRAS

Não largo um amor sonhado pelas palavras sentidas que acordam os abismos


SEXO MATEMÁTICO

uma vez dancei contigo o teu corpo a sentir não esqueci dois corpos enlaçados são um terceiro desigual da soma dos dois quem era esse intruso indecente no meio de nossas carnes?


AMOR ARITMÉTICO

amo adoro sou louco por todo e qualquer milímetro de teu corpo dividido em milionésimas de fracções elevadas ao mais puro desejo vezes mil


AMOR GEOMÉTRICO

mãos de amor e afecto percorrem superfícies geodésicas de tuas carnes curvas projectando desejos hexagonais no círculo infinito do nosso amor afecto geométrico sem arestas nem equação


João Costa in www.pedravermelha.com



terça-feira, outubro 02, 2007

Processo de Equilibração= Acomodação + Assimilação




Rosaly Gripp, Balança de corda


"A nossa predisposição natural não nos permite ficarmos contentes só por existirmos; consequentemente, quando as experiências novas não se ajustam às nossas assimilações anteriores, perguntamo-nos porquê. Esta é a motivação de aprendizagem básica para dominar situações problemáticas."

Norman Sprinthall and Richard Sprinthall, McGrawHill (1993)




Ora bem, ora bem... isto só pode ser coisa das miudas da psicologia e afins dirias... Mas de facto é incrível como às vezes sem querer a realidade se aplica tão bem. O processo de equilibração é demorado apenas porque as aprendizagens anteriores que fiz me comprovaram algo diferente, algo que existiu no plano concreto e abstracto se assim se pode dizer. É que as minhas novas aprendizagens contigo demoram mais tempo a assimilar por uma questão muito simples que se resume numa palavrinha. Pois é passam os anos e eu contínuo a perguntar-(te)me: Porquê?

Preciso de andaimes para chegar ao meu desenvolvimento potencial na resolução deste quebra-cabeças, desta situação problemática. Mas tens que andaimar percebes?
Para que ambos possamos chegar a um nível de desenvolvimento proximal, que é como quem diz a um nível de conhecimento, um andaime ou dois, acima capiche?

P.S. Cuidado com a gata tu tb!