domingo, agosto 28, 2011

Uma ponte ...


Existe uma ponte que temos que criar do nada entre nós. Já vai existindo, já se vai edificando... O rio da vida passa por nós. Existem adaptações a fazer, conhecimentos um sobre o outro ainda por desvendar e assimilar... a estrutura vai-se formando. Eu sei que penso demais, que te analiso demais. Talvez seja... "terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo", ou então não... sou eu que sou frágil... sou eu que complico. Preciso de muitas injecções de luz, preciso de ver mais as coisas boas, com maior nitidez, de não subestimar a força que podemos alcançar. Preciso de não me deixar quebrar... de me sentir plena de emoções positivas e de não achar que existe um lado mais sombrio. Ou então, não, o lado sombrio existe quer queiramos ou não... preciso de saber que estás comigo nesses dias também... que saibas com o que podes contar e vice-versa. Gradualmente sem pressas, sem medos... aqui vamos nós... Mas por agora .. 

"Eu quero apenas amar-te lentamente
Como se todo o tempo fosse nosso
Como se todo o tempo fosse pouco
Como se nem sequer houvesse tempo."

Joaquim Pessoa

segunda-feira, agosto 22, 2011

Fourth Week


Chegaste com a chuva. Chegaste, eu sei... não estou aí para te receber. Para te abraçar, para te amar. O S. Pedro está a reclamar comigo, troveja tanto quanto sinto as batidas do meu coração a querer pegar no carro e ir para me perder em ti. Hoje não sei se vou dormir... apenas sei que amanhã és meu... tão meu. Promete? Não, não prometo. Amanhã, lá estarei nos teus braços, a mimar-te, a receber-te. Livra-te de te afastares assim de mim tão cedo... Eu não aguento... preciso de ti e da tua calma como do ar para respirar... preciso que me ames vezes sem conta. Preciso de me libertar dos meus fantasmas e demónios. Respirar nos teus braços, sorrir contigo, caminhar ao teu lado. Mas hoje quero que descanses... que durmas sobre o assunto... que me desejes aí tanto quanto eu... My precious...arrived and it's raining... So perfect! I'm only happy when it rains..... 

quinta-feira, agosto 18, 2011

Síndrome de Abandono

Hoje não me consegui conter... deixei que a tristeza viesse das profundezas com a intensidade que infelizmente tão bem conheço. Aquele peso na cabeça, aquele aperto, aquele sufoco... esta sim sou eu. Não sei ser feliz... não sei andar sozinha pelos caminhos da vida... faltas-me... e não entendo este novo pesar. Não entendo esta minha cabeça... é assustadora. E, ainda assim ... dizes que não estás assustado, pois eu estou em quantidade suficiente pelos dois. Não te aprendi tanto como gostaria, não sei interpretar sobretudo a tua calma, o teu silêncio... Sou um ser em constante e tremenda agitação... estou repleta de sombras e perguntas, sinto um medo terrível. Chego a pensar que só, não me martirizo tanto... chego a desejar no último nanosegundo da hora... a paz que a solidão já me trazia antes de entrares na minha vida. É tão desgastante ter-te e não te ter ao mesmo tempo. O peso que a espera tem causado, a insegurança, a tristeza, a solidão  .... tem sido demasiado duras. A culpa é sempre da intensidade com que nos partilhamos antes a tantos níveis, sempre ali a toda a hora... não existiu equilíbrio tanto que a balança pesou e doeu. Ainda dói...


"Eu sou um aeroporto. Chegadas e partidas são a única certeza na minha vida!" Lucas Silveira



quarta-feira, agosto 17, 2011

Amor Pacífico e Fecundo

 
Não quero amor
que não saiba dominar-se,
desse, como vinho espumante,
que parte o copo e se entorna,
perdido num instante.

Dá-me esse amor fresco e puro
como a tua chuva,
que abençoa a terra sequiosa,
e enche as talhas do lar.
Amor que penetre até ao centro da vida,
e dali se estenda como seiva invisível,
até aos ramos da árvore da existência,
e faça nascer
as flores e os frutos.
Dá-me esse amor
que conserva tranquilo o coração,
na plenitude da paz!

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"

 

terça-feira, agosto 16, 2011

Third Week


É complicado... tão complicado...Já passaram 3 semanas, já só falta mais uma. Começo a entender que por vezes a complexidade, somos nós que a criamos, somos nós que formamos uma ideia, somos nós que criamos o enredo. Sou eu, que sou complicada. Tu dizes que ambos somos simples, que tu não és complexo e eu sou. Parece tese, antítese e síntese. Se antes não fui exigente o suficiente, agora parece que o quero ser à força. Não pode, não posso. Ouvi familiares meus a dizerem que sou demasiado exigente comigo mesma. Sou e não sou, tantas vezes o que queria ser. Sinto e vivo tantas vezes o que não queria. Tenho sido exigente... à minha maneira, não deixo nada por dizer... digo directamente o que sinto. Trago em mim um cansaço tremendo do oculto, vivi demasiado tempo numa incerteza, na tentativa de compreender tudo, de ser o mais compreensiva possível, a melhor pessoa possível e acabei por me destruir com tanto sofrimento e tristeza. Por ir ao contrário e percorrer caminhos que não queria por pura devoção. Querido se sou assim agora contigo, é porque quero que contigo seja diferente. Quero saber que desta vez, não sofri em silêncio, fui o mais genuína possível e quero sentir que me queres assim.. com reclamações, mau humor, dias cinzentos e todas as coisas boas. Estou a esforçar-me. Perdoa-me a complexidade... Eu sei... que não mereces os reparos. Tens estado mais presente todo este mês.. apesar de distante fisicamente que muitas pessoas que estiveram ao meu lado anos a fio. És-me fiel. Estás presente. Eu ainda não acredito. Também estou a fazer a aprendizagem... aprender a ser cuidada em vez de cuidar sempre eu... Como dirias... interessa-me o que está para vir... Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado e Domingo da próxima semana.... vai ser a loucura! Can't wait!...

Hardest Thing in the world




"They make it look so easy... Connecting with another human being...
It's like no one told them that it's the hardest thing in the world." 

Dexter, Season 5, Episode 12



domingo, agosto 07, 2011

Second week...

Depois do mau tempo... da insegurança, da melancolia. Finalmente os primeiros mergulhos do ano. Tão bom. Tão simples. Tão pouco. Mas já deu para me sentir viva, respirar fundo libertar-me de tantos pensamentos negativos e sem fundamento. Sou um ser de rotinas, sou um ser que gosta da estabilidade que as rotinas garantem. Mas também sou rebelde e livre e se hoje me apetece evadir, fazer loucuras, horas a fio, fechar-me no meu casulo, pegar no carro, passear, não importa o quê... é porque preciso disso. Odeio tudo o que me impede de ser e sentir o que sou. Tudo o que me prende os movimentos. Odeio ter a capacidade de sofrer sozinha e em silêncio tempo imenso. Odeio esta vertente negativista que pesa sempre mais... habituei-me demasiado a ela. Espero sempre o pior, faço birra comigo mesma, dou cabo de mim com a complexidade insustentável que as minhas nuvens conseguem alcançar. Somatizo, passo mal, não durmo, sinto um aperto no peito.. e depois só muito depois.. acalmo... O inferno sou eu... e as minhas inseguranças perante o desconhecido.

"São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me..."
Ana Hatherly

sábado, agosto 06, 2011

Most ardly kiss

Existem momentos que não esquecemos. Formas de estar, viver e sentir. Não me lembro com a precisão como consigo reavivar neste preciso momento a intensidade de um beijo... não de vários. Um beijo intenso...com vida, o culminar da intensidade e vivência. A delicadeza e a tentativa de sugar tudo dos momentos delicodoces, de absorver vida. Os nossos lábios foram o expoente máximo de uma intensidade que trago gravada, despertando vezes sem conta o desejo ardente de o reviver. Pergunto-me porque nunca me beijaram assim, como nunca senti esta intensidade e uma vontade incontrolável de estar à altura das sensações e emoções, de dar e receber pelo puro gozo de elevar a fasquia de alcançar o nível máximo de adrenalina.



Ainda palpitante voa um beijo.

Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill, O beijo in 'No Reino da Dinamarca'




terça-feira, agosto 02, 2011

One week ...

A vida dá muitas voltas, faz-nos pensar e repensar o modo como agimos, porque agimos ou porque não o fazemos. Quando deixamos de viver espontaneamente e demasiados pensamentos nos ocupam a mente, toldam a forma como agimos, como vivemos. Pensei demais, pensámos demais e o preço foi pagarmos por não vivermos juntos logo agora... Visto de fora parece tolice. Visto de dentro ... não era preciso já um teste destas dimensões, não era preciso... Não somos tão fortes quanto já queríamos ser. Eu não sou, nem pretendo. Eu a esta altura do campeonato não tenho estrutura para aguentar dias cheios de cor... tão preciosos para depois ser novamente privada por tempo indeterminado... Estou... sou frágil e instável como o tempo, preciso de segurança, não quero mais incertezas e não vida. Ao olhar-me sei que já não sou a pessoa saudável que um dia fui. Sou apenas eu com as minhas sombras e nuvens e tornei-me numa pessoa que precisa de saber e sentir... Existem estudos que comprovam que não aguentamos fisicamente o estado de paixão pois é demasiado esgotante emocional e fisicamente... e por isso os sentimentos vão mudando, as relações vão sofrendo alterações e vão crescendo ou não. Quero dizer que sinto paixão... mas já nem sei os seus sintomas... se são inquietação, insónias, um aperto bem forte quase falta de ar... uma esperança absurda de que as próximas semanas deixem de existir... então é isso.