Depois do mau tempo... da insegurança, da melancolia. Finalmente os primeiros mergulhos do ano. Tão bom. Tão simples. Tão pouco. Mas já deu para me sentir viva, respirar fundo libertar-me de tantos pensamentos negativos e sem fundamento. Sou um ser de rotinas, sou um ser que gosta da estabilidade que as rotinas garantem. Mas também sou rebelde e livre e se hoje me apetece evadir, fazer loucuras, horas a fio, fechar-me no meu casulo, pegar no carro, passear, não importa o quê... é porque preciso disso. Odeio tudo o que me impede de ser e sentir o que sou. Tudo o que me prende os movimentos. Odeio ter a capacidade de sofrer sozinha e em silêncio tempo imenso. Odeio esta vertente negativista que pesa sempre mais... habituei-me demasiado a ela. Espero sempre o pior, faço birra comigo mesma, dou cabo de mim com a complexidade insustentável que as minhas nuvens conseguem alcançar. Somatizo, passo mal, não durmo, sinto um aperto no peito.. e depois só muito depois.. acalmo... O inferno sou eu... e as minhas inseguranças perante o desconhecido.
"São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me..."
Ana Hatherly