sexta-feira, março 31, 2006

Deixa-te estar...


"Na verdade, o mundo interior não divide as pessoas entre as estranhas e as de família. Mas entre os viajantes e os aventureiros, os arquitectos do nosso coração e os alquimistas. Os viajantes e os aventureiros são pessoas que nos surpreendem, de passagem. Os arquitectos do nosso coração rasgam avenidas ou desvendam planaltos. Os alquimistas transformam-nos sempre que nos dizem:
"Chega-te a mim… e deixa-te estar."
Foi o mestre que disse ... E o mestre sabe...
Queres ser arquitecto ou alquimista?

Desta vez ... posso verdadeiramente entrar???

Foste entrando na minha vida sorrateiramente ainda com cicatrizes em ferida de uma história passada que ainda assombrava o teu presente. Mesmo assim e correndo riscos...Abri uma porta, dei-te o benefício da dúvida!!! Acreditei em ti! O tempo passou e tu também foste abrindo portas. A diferença entre nós é que nunca o fizeste verdadeiramente. Abrias uma porta sorrateiramente e simultâneamente fechavas outras duas. Muralhas e nuvens que me infligiram um sofrimento que se de ínicio incomodava, neste momento assume proporções incontroláveis...
Eu sei que não sentes paixão mas também não posso acreditar que o que nos une. É apenas desejo..........
Porquê depois de tanta distância? Porque voltamos a cair nos braços um do outro, com a certeza de que é ali que ambos queremos estar e não noutro local com outro alguêm??
Porquê? Porquê? Porquê? Porquê?
Depois de um ano e alguns meses de partilha finalmente quando a partida derradeira se adivinhava dada a falta de paixão dizes tu, dada a falta de partilha e entrega digo eu ...
Prestes a fechar a maioria das portas do ser que foste conhecendo ao longo do tempo.
Quando finalmente começo a estabelecer as minhas muralhas e as minhas nuvens...
De repente ... no auge do tudo e do nada. No auge de um desfecho daqueles em que duas pessoas seguem caminhos separados em sentidos inversos, nesse instante espacial...
Presenteias-me alías como sempre...com uma sinceridade doce e amarga. Terrivelmente antagónica e agonizante. Daquela que nos faz tremer gelados, daquele tipo de discurso em que só escolhemos ouvir a parte boa. A parte boa é que não queres partir... A parte má são os motivos que levam a querer ficar! Valerá a pena voltar a apostar em ti? Dar-te o benefício da dúvida? E tu a mim? Somos ambos loucamente saudáveis quando nos esquecemos do resto do mundo e vivemos aqueles instantes só nossos tão mágicos e tão nossos. E se num ano os vivemos... Será que...
Será que desta vez ... posso verdadeiramente entrar???
Abres-me a(s) porta(s)?
(não consigo ouvir a resposta???
diz lá outra vez
mas desta vez o silêncio
não é uma opção válida ok?)

domingo, março 26, 2006

Secret

E sabes que mais ?
Mais tarde ou mais cedo
Se não são partilhados ...
Os segredos perdem a piada.

sexta-feira, março 24, 2006

Because of you

(DALÍ)

Because Of You
(Written by Kelly Clarkson/David Hodges/Ben Moody)

I will not make
The same mistakes that you did
I will not let myself
Cause my heart so much misery
I will not break
The way you did, you fell so hard
I’ve learned the hard way
To never let it get that far
Because of you
I never stray too far from the sidewalk
Because of you
I learned to play on the safe side so
I don’t get hurt
Because of you
I find it hard to trust not only me, but everyone around me
Because of you I am afraid
I lose my way
And it’s not too long before you point it out
I cannot cry
Because
I know that’s weakness in your eyes
I’m forced to fake
A smile, a laugh, every day of my life
My heart can’t possibly break
When it wasn’t even whole to start with
I watched you die
I heard you cry every night in your sleep
I was so young
You should have known better than to lean on me
You never thought of anyone else
You just saw your pain
And now
I cry in the middle of the night
For the same damn thing
Because of you
Because of you
Because of you
I am afraid
Because of you
I never stray too far from the sidewalk
Because of you
I learned to play on the safe side so
I don’t get hurt
Because of you
I try my hardest just to forget everything
Because of you
I don’t know how to let anyone else in
Because of you
I’m ashamed of my life because it’s empty
Because of you
I am afraid
Because of you

Babe...

TO YOU...

domingo, março 19, 2006

The one

You really have been the one for me ...

sexta-feira, março 17, 2006

(In)Dependência

Da (in)dependência à libertação

"Olhos vazios à espera de algo
Que ninguém vê
Braços estendidos na ânsia de um gesto
Que ninguém descobre.
Água adormecida no fundo do peito
Que ninguém enxuga.

Sabores proibidos
Alimentados de instantes
Eclodindo na fragilidade dos dias.
Ânsias que dilaceram os sentidos
Abandonados a um turbilhão de desejos
Por cumprir
Relâmpagos de prazer nutridos de dor
A cada momento revivida e amaldiçoada
Gosto amargo
Tempo de indiferença
Mergulhado em raízes de solidão.

Busca a rocha o cais
A mão
Que lhe há-de restituir os sonhos
Para os ancorar no real
De uma vida partilhada.
Já não colhe no ar
Os calafrios do medo
Quebrado por lampejos fugazes.
Faz da insegurança a sua força
Alojada no oiro da fala
E tecida com os fios da mudança
Para novos mundos recriar.

Acenderam-lhe o sol
Onde nasce todos os dias
Como uma flor de trigo
Prestes a amadurecer
Com a amizade
A persistência e a vontade
Abrem-se-lhe as planícies e mares
Na certeza de que a terra e o céu
Sem o seu respirar não existiriam.

Na alma cresceu-lhe uma pérola
No rosto
Trás um nome esculpido

ESPERANÇA"


A., M. I. (1994).

sábado, março 11, 2006

La lágrima

La lágrima - Claudia Perenzalez
Encontrou uma lágrima
Uma simples lágrima
Que deu origem a muitas mais
Será que se reproduzem?
Ou apenas são solidárias ...
Não sei como tem forças para a ironia
Se se desmancha em agonia
Sabendo a priori
Que o desalento assumiu proporções
Desmesuradas
Deixou de acreditar em ti
É o fim da era príncipesca
Da era dos caracóis
As estrelas apagam-se aos poucos
Azul... não! Dissipou-se
Aumentou o nevoeiro
Ela adormeceu
Tal foi o frio no mês de Fevereiro
Março ai março...
Que trazes na algibeira
Mais uma dose de chuva
Mais uma choradeira?
Tempestades levai todos os males
Para longe, longe da alma...
Vinde amores, vinde primavera
Vinde! Vinde alimentar o vazio!
E então contaram lhe um segredo
Ela fugiu tal era o desassossego
A lágrima voltou...
Porque será que ela mais uma vez chorou?

Coração de ninguém

Susana Bonet - La partida

Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordoParece que erro.
Sinto que não sei.Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.

Fernando Pessoa, 6-1-1923


O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

Fernando Pessoa, 5-9-1933
E dói...

domingo, março 05, 2006

Há palavras que nos beijam


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras que mais beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a "sorte."

Alexandre O'Neill
Poesias Completas
(1951-1983)

Porque será que continuo à procura das palavras?
Porque será tão importante...
Porque será que nunca encontras a poesia
Porque será que as palavras
Não nos pertencem ...
Sim eu sei os olhares às vezes dizem mais,
Os abraços muito mais...
Os sorrisos são deliciosos!
Mas eu continuo na esperança
De que as palavras por poucas que sejam
Se apoderem de ti e consigam fugir às muralhas
E cheguem até mim... um dia!
Seriam o culminar de toda a dedicação...