segunda-feira, junho 30, 2008

A Formiga no Carreiro...





....vinha em sentido contrário!!!


Homenagem às minhas abelhinhas do dia-a-dia,
a abelha-mestra não é mestra mas desprezível e anda á roda da vida,
mas não nos apanha.
Porque ser livre é isso mesmo!
Cantemos portanto.




quarta-feira, junho 25, 2008

Sou-te, és-me.





Primeiro acto simbólico para te tirar daqui: Consegui! Apaguei a grafia digital que guardava como se fossem páginas de um diário ou páginas de uma história que se conta. Não sei se poderá chamar história. Não sei, o que me chamas. Não sou tua amiga simplesmente porque nunca deixaste. O que fui, sou ou serei para ti, conta! Pesa na balança a cada dia que passa. O silêncio e o não silêncio. Chamas-me pelo nome. Não, tu foste o único que usaste os diminutivos. Sabias que os diminutivos na maior parte dos casos são sinais de afecto? De proximidade? Apago-me ao mesmo tempo que te apago. Causa, consequência necessária e inevitável. Apago o visível porque o invisível não se apaga. Não se apagou em anos. Precisava de te tirar daqui, mas não consigo. És me intrínseco e extrínseco. Sou-te, és-me.

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"


"Amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."


Fernando Pessoa



terça-feira, junho 24, 2008

Time





A NOÇÃO DE TEMPO EM QUESTÃO



domingo, junho 08, 2008

Basta pensar em sentir




"Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir."

Fernando Pessoa



p.s. Espero que um dia fiques algures... por sentir, por sorrir e chorar... depois de andar e que desejes sempre chegar depois de partir.



Se te aprendessem minhas mãos...






"Se te aprendessem minhas mãos, forma do vento

na cevada pura, de ti viriam cheias

minhas mãos sem nada. Se uma vida dormisses

em minha espuma,

que frescura indecisa ficaria no meu sorriso?

No entanto és tu que te moverás na matéria

da minha boca, e serás uma árvore

dormindo e acordando onde existe o meu sangue.

Beijar teus olhos será morrer pela esperança.

Ver no aro de fogo de uma entrega

tua carne de vinho roçada pelo espírito de Deus

será criar-te para luz dos meus pulsos e instante

do meu perpétuo instante.

Eu devo rasgar minha face para que a tua

se encha de um minuto sobrenatural,

devo murmurar cada coisa do mundo

até que sejas o incêndio da minha voz.

As águas que um dia nasceram onde marcaste o peso

jovem da carne aspiram longamente

a nossa vida. As sombras que rodeiam

o êxtase, os bichos que levam ao fim o instinto

seu bárbaro fulgor, o rosto divino

impresso no lodo, a casa morta, a montanha

inspirada, o mar, os centauros

do crepúsculo,

- aspiram longamente a nossa vida.

Por isso é que estamos morrendo na boca

um do outro. Por isso é que

nos desfazemos no arco do verão, no pensamento

da brisa, no sorriso deserto, no peixe,

no cubo, no linho,

no mosto,

no amor mais impossível do que a vida."



Herberto Helder, O amor em visita


quinta-feira, junho 05, 2008

Tenho em mim todos os sonhos do mundo...





"Que a força do medo que tenho,

não me impeça de ver o que anseio."

Oswaldo Montenegro


quarta-feira, junho 04, 2008

Um risco de azul...





"A profunda harmonia entre ela e o mundo - uma harmonia difícil, instável, porque ela insistia sempre em viver com rigor, com uma atenção que não afrouxava nunca, mesmo quando dormia - o rigor, por exemplo, com que domava ou desmanchava os sonhos, obrigando-se a lembrá-los, obrigando-os a saltar por dentro de arcos incendiados, as flores imaginadas formando finalmente um ramo, as flores de sombra, de sol, de areia, domar o vento, aprender a cavalgar o vento, pôr um risco de azul a contornar o mar, a dura acrobacia do seu corpo, ao mesmo tempo solto e geométrico, os difíceis exercícios interiores, os saltos mortais de olhos vendados sobre um fio de arame estendido entre o possível e o impossível."

Teolinda Gersão,

Os Guarda-Chuvas Cintilantes, 1984

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Excertos de uma noite de silêncio e de palavras vaivém-indecisas.



terça-feira, junho 03, 2008

Rain






A kiss could've killed me
If it were not for the rain
A kiss could've killed me
Baby if it were not for the rain

Scout Niblett, Kiss


Basta





No dia-a-dia acumulamos coisas por dizer, basta! Estou de copo cheio farta de que abusem da minha paciência e bondade. Farta de pessoas sem consciência que vivem literalmente à custa de chular os outros. Farta de pessoas imaturas que não sabem viver em grupo. Farta de egoísmos e caprichos. Farta de elas apenas olharem para o seu umbigo. Basta!