"A profunda harmonia entre ela e o mundo - uma harmonia difícil, instável, porque ela insistia sempre em viver com rigor, com uma atenção que não afrouxava nunca, mesmo quando dormia - o rigor, por exemplo, com que domava ou desmanchava os sonhos, obrigando-se a lembrá-los, obrigando-os a saltar por dentro de arcos incendiados, as flores imaginadas formando finalmente um ramo, as flores de sombra, de sol, de areia, domar o vento, aprender a cavalgar o vento, pôr um risco de azul a contornar o mar, a dura acrobacia do seu corpo, ao mesmo tempo solto e geométrico, os difíceis exercícios interiores, os saltos mortais de olhos vendados sobre um fio de arame estendido entre o possível e o impossível."
Teolinda Gersão,
Os Guarda-Chuvas Cintilantes, 1984
Os dias azuis são e serão sempre dias felizes. Se não fossem os dias azuis eu não seria quem sou...
quarta-feira, junho 04, 2008
Um risco de azul...
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Excertos de uma noite de silêncio e de palavras vaivém-indecisas.