quarta-feira, junho 25, 2008

Sou-te, és-me.





Primeiro acto simbólico para te tirar daqui: Consegui! Apaguei a grafia digital que guardava como se fossem páginas de um diário ou páginas de uma história que se conta. Não sei se poderá chamar história. Não sei, o que me chamas. Não sou tua amiga simplesmente porque nunca deixaste. O que fui, sou ou serei para ti, conta! Pesa na balança a cada dia que passa. O silêncio e o não silêncio. Chamas-me pelo nome. Não, tu foste o único que usaste os diminutivos. Sabias que os diminutivos na maior parte dos casos são sinais de afecto? De proximidade? Apago-me ao mesmo tempo que te apago. Causa, consequência necessária e inevitável. Apago o visível porque o invisível não se apaga. Não se apagou em anos. Precisava de te tirar daqui, mas não consigo. És me intrínseco e extrínseco. Sou-te, és-me.

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"


"Amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia."


Fernando Pessoa