domingo, janeiro 29, 2012

Felicidade = Equação Simples


Dizem os investigadores da área que a felicidade pode ser representada por uma simples equação:

Felicidade = Ponto Fixo Hedonista (40%) + Condições de Vida (7 a 12%) + 
Acções Voluntárias ( +/- 50%)

Shocking !!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Quando descobri que esta fórmula existia perguntei-me seriamente porque só naquele dia me havia chegado este tipo de clarividência. O ser humano estuda os fenómenos mais incríveis e este é tão óbvio de se perceber.... ahhh... (suspiro).... the pursuit of happiness!!!
Onde está, para onde vai, como se manifesta, quão mutável é ....quantas condicionantes a afectam... Tantas e imensas perguntas...

O Ponto Fixo Hedonista: mecanismo cerebral que interpreta as situações como problemas (pessoas infelizes) ou oportunidades (pessoas felizes). É EM PARTE HEREDITÁRIO ou afectado pelas experiências vividas na infância. 

A boa notícia é..........que com drogas (que actuam sobre o humor - efeito temporário), terapia cognitiva e meditação (os especialistas dizem que não existe coreografia que consiga que tantos químicos sejam libertados ao mesmo tempo... serotonina, dopamina, oxitocina e endorfinas) podemos superar influências negativas.

Condições de Vida: Qualidade de Vida, Capacidade de Adaptação, Resiliência emocional são as palavras chave.

Acções Voluntárias: Aquilo que escolhemos fazer todos os dias, as escolhas que fazemos...

De todas estas escolhas os especialistas afirmam que sem sombra de dúvidas que a via directa para a felicidade é tornar as outras pessoas felizes. Bem como expressar-nos utilizando a nossa criatividade. Estas duas representam as formas de encontrar a felicidade de forma mais duradoira. 
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Após ter acedido a esta informação fiquei parada no tempo a pensar neste segredo da felicidade tão bem guardado dentro de nós. 
Eu sei que a minha mente é a fonte inesgotável de onde provém a maioria de tudo aquilo que me causa sofrimento .... mas também sei que a mesma é responsável pelas decisões e escolhas que me levarão a ser mais feliz cada dia. Entre a minha luz e a minha sombra... é melhor começar a meditar que em tempo de crise não há dinheiro para terapias cognitivas. Existe uma paz que se instala quando temos acesso a certo tipo de conhecimento. Algures entre esse degrau e a minha escalada para ser uma pessoa mais feliz existe um certo crescimento que sei ....ainda não alcancei. Mas... existe uma paz momentânea após cruzar-me com estes conhecimentos. Tornam-se espirituais, são lanternas a que me agarro quando a sombra me ofusca.




Hiato...


Entre o que eu sei e o que consigo pôr em prática. Entre o que sinto e o que eu sei que não devia sentir. Febre de sentir incontrolável. Anseio profundo que não me larga e corrói. Mente possuída de pensamentos a mil à hora. A serenidade está ali ao fundo mas nem sempre consigo tocar-lhe, controlar as emoções para que domine e se sobreponha. O bem-estar conquista-se bem sei. Mas... existe sempre um mas... Como dizia um actor no outro dia numa entrevista...(eu não diria melhor), é este o sentimento... eu não quero estar triste, eu não quero mas... entre estar e sentir o que verdadeiramente sinto os dias de tristeza sobrepõem-se sempre. É como diz este senhor...

"Quem tu és grita tão alto que não consigo ouvir o que estás a dizer." Ralph Waldo Emerson 

O que sinto é tão ruidoso que não consigo perceber ou interpretar o que significa, a sua dimensão e intensidade. Acho que é isso. E ao não impedir o que sinto sei que eventualmente se esgotará essa fonte inesgotável da sombra. Sei que algures começarei a ver raios de luz. Sei.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Quero Falar-te dos meus sentimentos...




“Quero falar-te dos meus sentimentos”. Foi assim que a comunicação começou.
Comunicar é como jogar andebol. Eu atiro a bola e tu apanha-la. Depois, tu atiras a bola e eu apanho-a . E, outra vez, eu atiro a bola...
“Quero falar-te dos meus sentimentos.” Foi assim que a comunicação começou.
Tal como precisamos de atirar a bola para trás e para a frente para jogar andebol, precisamos de falar uns aos outros dos nossos sentimentos para comunicar.

Se estamos demasiado perto ou excessivamente afastados uns dos outros, não é fácil jogar andebol. A comunicar é o mesmo. Se estivermos muito perto ou demasiado afastados dos nossos amantes ou dos nossos amigos ou de um filho ou dos nossos pais, não será fácil comunicar com eles. A comunicação não começa com ambas as pessoas a falar ao mesmo tempo. O primeiro gesto tem de partir de uma delas. Alguém tem de atirar a primeira bola. Mas você pode não querer ser o primeiro a atirar a bola – pode querer esperar que alguém lha atire. (Porque quando a atira e ninguém tenta apanhá-la, fica infeliz.)

Há alturas em que se sente inesperadamente rejeitado. Há alturas em que atira a bola, querendo jogar andebol com outra pessoa, e acaba por ver essa pessoa atirar a bola a uma terceira. Habituamo-nos desde cedo a que algumas pessoas não ouçam o que lhe queremos dizer. “Agora estou ocupado”, dizem elas. “Falaremos mais tarde, está bem?” E assim, acabamos por pensar “Afinal o que eu digo não interessa”. É por isso que é preciso ter a coragem para ser o primeiro a atirar a bola. Algumas vezes, quando finalmente arranjamos coragem para atirar a bola a outra pessoa, ela desvia-a para o lado. Alguma vez isto lhe aconteceu? Ou lançamos uma bola com toda a nossa alma, e a pessoa a quem atiramos devolve-a com um pontapé... Alguma vez isso lhe aconteceu? Ou atiramos uma bola muito rica e muito grande, que nos é devolvida muito mais magrinha... Alguma vez isso lhe aconteceu?

Já alguma vez disse a si próprio, “Em vez de atirar a bola eu mesmo, e ser infeliz, é melhor não a atirar nunca e esperar que alguém ma atire”? Mas e se ninguém a atira...?
Você não é o único a ser inesperadamente rejeitado, a receber a bola de volta, intocada, a ser infeliz. Talvez dê também pontapés nas bolas algumas vezes, e faça alguém infeliz, sem saber que o está a fazer! Todos nós queremos que as bolas que atiramos sejam aceites. Todos nós queremos ter alguém que ouça o que temos para dizer. Todos nós queremos que os outros saibam que existimos. Mas quem é que realmente está pronto para aceitar todos aqueles que querem que os outros dêem por eles? Se a pessoa a quem atiramos uma bola com toda a nossa alma a apanhar, e se nós apanharmos a bola que essa pessoa nos lança de volta, então um acto de comunicação acontece. Mas às vezes sentimos, “Ele não a apanha do modo como eu queria que o fizesse!” Ou, “Não há maneira de eu poder apanhar a bola que ele me atirou!”
Há sempre infelizmente muitas tentativas de comunicação que não chegam a concretizar-se. Quando as comunicações não concretizadas se acumulam, as nossas emoções tornam-se instáveis. Tornamo-nos tristes , preocupados, zangados, preconceituosos, pouco amigáveis. E, de vez em quando, explodimos... Então, pouco a pouco, chegamos a um ponto em que não sentimos nada... E mais tarde ou mais cedo, estamos sós.
Se a pessoa a quem atirámos a bola não a apanhou como queríamos não a culpemos por isso. Talvez seja simplesmente porque ela não é uma boa jogadora de andebol. Talvez seja só porque estava nervosa e a mão lhe escorregou. Talvez seja só porque a nossa bola era demasiado pesada.
Se o seu patrão ou os seus pais ou o seu parceiro nunca o deixam dizer de sua justiça, como é que isso o faz sentir-se? Se, pelo contrário, lhe atiram três ou quatro bolas ao mesmo tempo, como é que isso o faz sentir-se?

A sua capacidade de comunicar pode ser avaliada pela reacção da pessoa com quem está a tentar comunicar. Mesmo que você não o queira admitir. Há uma boa e uma má maneira de comunicar.
Trocar comunicação é uma boa maneira de comunicar. Não trocar comunicação é uma má maneira de Comunicar. É igualmente mau trocar alguma coisa que parece Comunicar – mas que, na verdade, o não é.
O que significa parecer comunicar? Falar somente sobre o tempo, ou sobre desportos, ou sobre o sexo oposto é parecer comunicar. Falar somente do papel que desempenhamos na vida (como alguém mais velho, como professor, como jovem, como marido, como esposa) é parecer comunicar. Quando se trocam banalidades apenas parecidas com comunicar não se corre o risco de aparentar solidão ou sentir dor. Não temos de nos preocupar com sentimentos ou raciocínios inesperados. Mas também não experimentamos a alegria súbita e irresistível – ou o sentimento de estarmos realmente vivos.

Se o comportamento da pessoa com quem se está a comunicar não muda, quer dizer que não houve realmente qualquer comunicação entre vós. Houve apenas jogos sociais. A verdadeira comunicação gera sempre um novo comportamento. Há uma diferença entre comunicar com pessoas e simplesmente confirmar relações existentes entre elas. As relações tornam-se rígidas. Comunicar pode mudar isso.
Que tipo de relações quer ter? Uma das dificuldades que há em comunicar é que sempre que dizemos que queremos ser amigos de alguém estamos, na verdade, apostados em mostrar a essa pessoa que somos um pouco melhores do que ele ou ela é.
Que espécie de relacionamentos quer ter com outra pessoa? Um relacionamento unilateral? Querem ignorar-se um ao outro? Jogar com brutalidade? Ou esconder os vossos sentimentos? “Se ao menos eu fosse melhor do que ele ou ela” diz você. Sem nos apercebermos disso, usamos muitas vezes a comunicação como um meio de competir. Lembre-se porém: Só se atinge um novo nível de comunicação com aquilo a que pode chamar-se compreensão. As pessoas mudam o seu comportamento quando se sentem compreendidas.

Gostar de outra pessoa não é necessariamente compreende-la. Se há uma pessoa de quem simplesmente não goste, esforce-se por conhecer primeiro o “eu” que não gosta dessa pessoa. A forma como conhecemos outra pessoa coincide inteiramente com a forma como nos conhecemos a nós próprios. Conhecer é saber ouvir o que a outra pessoa está a dizer.
“Quero falar sobre os meus sentimentos”, pode você dizer, “mas ninguém me ouve.” Não é o único que pensa isto muitas vezes. De facto, isso é o que acontece sempre que as pessoas tentam usar a comunicação para competir, em vez de conhecer. Enquanto pensar que a capacidade para comunicar idêntica à capacidade para falar, nunca experimentará um sentimento de união com outra pessoa. A capacidade para comunicar depende da capacidade para fazer a outra pessoa falar – e da sua capacidade para ouvir o que ela está a dizer. Só se ouve verdadeiramente quando se ouve tudo o que a pessoa está a dizer sem julgar, ou negar, ou comparar essa pessoa connosco.

Se se está verdadeiramente a ouvir, e se está preparado para compreender, será fácil para a outra pessoa falar. Mesmo que a bola seja difícil de apanhar, ou tenha sido atirada debilmente,
se fizer o seu melhor para a apanhar... consegue! Não conseguirá apanhar nenhuma bola se se limitar a esperar. Se está pronto realmente para conhecer, dê um passo em frente. Use o seu corpo todo. Estenda a sua mão e descubra o que está mesmo à sua frente. Se pensa que compreender outra pessoa significa concordar com tudo o que ela diz e faz, a compreensão não será fácil.

Conhecer significa ouvir tudo o que a outra pessoa tem para dizer a tomar o que a outra pessoa diz pelo seu valor facial. Se há compreensão, pode ter-se pensamentos diferentes, interesses diferentes, sentimentos diferentes – e ainda assim estar juntos. Quando o conhecimento ocorre, atinge-se um outro patamar de comunicação. Quando um determinado patamar de comunicação se cumpre, sentimo-nos um pouco aliviados. Quando duas pessoas se encontram pela primeira vez, ambas estão nervosas. O problema não é o nervosismo. O problema está em tentar escondê-lo.

Às vezes, você preocupa-se tanto em atirar bem a bola que esquece a preocupação e age como se nada estivesse errado. Ou preocupa-se tanto em apanhar bem a bola que esquece a preocupação e age como se nada estivesse errado. No próprio instante em que deixa de agir como se nada estivesse errado, começa a conhecer-se a si mesmo. Somente depois de você se conhecer a si mesmo pode ocorrer a verdadeira comunicação.

“Quero falar-te dos meus sentimentos.” No momento em que começar a sentir deste modo, começa a atirar bolas que são fáceis de apanhar. (É impossível que alguém que não tenha jogado
muitas vezes andebol apanhe bolas rápidas e em curva, mesmo que queira muito consegui-lo. Se a pessoa com quem está a jogar não estiver pronta para o conhecer, atire-lhe uma bola que seja fácil de apanhar.)

Vivemos graças à comunicação. Quando a nossa comunicação com alguém se altera, a nossa relação com os outros muda também. Tal como muda a nossa relação com o trabalho e a nossa relação com a vida. Até a nossa relação connosco mesmos mudará igualmente.

“Quero falar-te dos meus sentimentos.”
É assim que a comunicação começa.


Mamoru Itoh
 
 

segunda-feira, janeiro 09, 2012

A liberdade é uma maluca

"A dependência é uma besta que dá cabo do desejo, a liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo..." Jorge Palma, A gente vai continuar.

"Frágil ....  sinto-me frágil", my friend, é o que me apraz dizer.... quero verdadeiramente sentir-me livre, mais do que me sentir livre, quero ser livre. Livre das dependências, livre de me sentir agarrada a um mundo onde por certo governam as Leis de Murphy. A um mundo, a um momento em que já não tenho estrutura para o que de mau ainda está por vir. Já chega! É tempo de viragem, a liberdade é sem dúvida uma maluca mas antes maluca que completamente débil e sem alimento para a alma. Dependência vai-te, leave the building, já compreendi e absorvi a lição, já a estou a por em prática. Mas faz-me um favor não me tentes o juízo, não me digas e mostres todo o santo dia o quanto és perniciosa e sugadora das vivências. Vai, ontem!
Liberdade, vida, sorrisos, energia boa por favor entrem pela porta principal. Arrebatem todo o meu ser com uma energia forte que se entranhe nas horas dos dias que passam. Vinde sem medos, e entrai na minha sala, ocupai todas as divisões do meu ser. Vou acender-vos uma lareira quentinha, vamos ser felizes? Vamos beijar cada dia, como se amanhã ainda fosse melhor que hoje, sem tantas preocupações. Janelas, janelinhas abri-vos e deixai-me entrar nesses mundos que me esperam. Vamos ser livres, sorrir, criar, viver, projectar. Vamos viajar, vamos? Agarra-te a mim e deixa-te estar, sim?
 

A dependência é uma besta...

Tira a mão do queixo não penses mais nisso
o que lá vai já deu o que tinha a dar
quem ganhou ganhou e usou-se disso
quem perdeu há-de ter mais cartas p´ra dar
E enquanto alguns fazem figura
outros sucumbem á batota
chega a onde tu quiseres
mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada p´ra andar
a gente não vai parar
enquanto houver estrada p´ra andar
enquanto houver ventos e mar
a gente vai continuar
enquanto houver ventos e mar

todos não pagamos por tudo o que usamos
o sistema é antigo e não poupa ninguém
somos todos escravos do que precisamos
reduz as necessidades se queres passar bem

que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo...
 
 

sexta-feira, janeiro 06, 2012

As camadas mais profundas...


" A cura emocional profunda leva tempo. Não pode ser apressada ou forçada. Precisa de se abrir no seu próprio tempo, levando por vezes um bom número de anos para se mover através das camadas mais profundas. Felizmente, à medida que cada camada é curada, a vida torna-se cada vez mais plena e compensadora e, na realidade ilumina-se."

Os quatro níveis da cura, Shakti Gawain

Pronto, pronto... sossega sim... para quê mentir ainda reside em mim aquela esperança agarrada às festividades e à magia dos momentos. Existe, ainda, uma tiny winy esperança de que aconteça magia. É como se todo o meu ser vivesse com as suas energias concentradas à espera daquele momento maravilhoso. Ouvia ontem no masterchef um concorrente usar a expressão 8 camadas de sofrimento ao criar um bolo. O meu bolo mental deve ter umas 10 camadas de sofrimento e aumenta de dia para dia. Quem dera que os pensamentos negativos tivessem um peso 10 vezes inferior aos pensamentos positivos e energias positivas. Devia ser obrigatório as energias positivas duplicarem, quadruplicarem e proporcionalmente os desejos bons e verdadeiramente espirituais concretizarem-se. Universo querido, conspira a meu favor, traz-me luz e magia. Só um bocadinho sim? Preciso de um sorriso espontâneo, um rasgo de vida, uma lufada de ar fresco. E se poder ser uma injecção daquele miminho quentinho que aquece o coração, sim? Fingers crossed!

quinta-feira, janeiro 05, 2012

O pó dos dias (II)


"Não sei como chamar a quem não fica nem amigo nem amor. Não encontrar um nome que descreva alguém assim talvez queira dizer que essas pessoas ficam em todo o lado e em lado nenhum. E, se bem me parece, é nisso que elas nos incomodam mais. Não fica amor, pelas razões que se imagina. Nem fica amigo porque, por mais que se exija tanto assim ao coração, ele nunca se esquece de quem o magoa. E desamparo, pela mão de quem se ama, dói demais. Às vezes, chamo-lhe afinadores (como se o nosso coração fosse um piano). Ajudam-nos a afinar para a subtileza de tudo o que sentimos. Para a forma como nos despertam ou nos agitam. Para o modo como nos arrepiam (sempre que nos falam ao ouvido). Ou para o jeito de dizer «gosto de ti». Para o modo como nos cheiram ou se chegam a nós, e acarinham. Para o furor das suas fúrias e para o encantamento que nos colocam à pele, sempre que são ingénuas. Para o modo como tocam, por dentro, e remexem por fora. Para as lágrimas que deixam ao nosso cuidado. Para  o modo como nos desabotoam os olhos. E, sempre que abrem neles outra janela, para o jeito de nunca os deixarem às escuras. Para o suor que, sempre que se mistura, nos adoça. E, é claro, para as figuras tristes e para as mensagens. Parvas."

Eduardo Sá, Nunca se perde uma paixão


Estou com estas palavras no olhar e o coração nas mãos, ainda. E batem forte cá dentro, como quem tem o meu nome impregnado do afecto que estas palavras transmitem, da verdade e dureza que a vida pode ser, quando as palavras nem amigo nem amor, fazem o desespero acordar sobressaltado como se alvorada fosse. E o som estridente do sofrimento soasse em torno do meu corpo inerte e cansado, triste e doente. Desejoso de ti e do amor que sentes e preferes calar e distanciar por força de não saberes ser feliz.  A distância ajuda a que os teus olhos não sintam e o teu coração não veja. Jogaste bem não me permitiste nem mais um vislumbrar sequer do teu sorriso. A tua defesa foi e será sempre o melhor ataque. Sei como o calor das minhas mãos pode queimar a ferida que existe dentro de ti. Sei o quanto te lembram do que não viveste. Sei o quanto o meu beijo te deixa a suspirar e o quanto a chuva não assume a metáfora dos dias felizes. Sei, sinto... um tremor só de pensar. 



quarta-feira, janeiro 04, 2012

O pó dos dias ...


"Somos sempre tão pequeninos diante do amor! Não que ele seja uma tarefa desmedida. Pelo contrário. O amor é, entre todas as relações, seguramente, a mais simples. Mas atropelam-se tantas páginas em branco nos nossos gestos! Fomos tão ensinados a ser tão pouco transparentes, tão pouco espontâneos e tão pouco autênticos que são as palavras que não dizemos, quando sentimos, que nos azedam para o amor e nos trazem muitos nunca mais.
Todos nós nos desencontramos para o amor. Porque toda a verdade num gesto só é muito dificil. E porque somos mais vezes sabichões que sábios. Sobretudo diante do amor. E porque pedimos desculpa poucas vezes. É dificil termos uma experiência riquissima e complexa e sermos claros e expeditos, sempre que a confiamos aos outros. É dificil sermos sábios e sermos simples. E será por isso que, à medida que crescemos estamos mais habilitados para amar e mais distanciáveis do amor. A mim parece-me que, sempre que nos sentimos amados, nos tornamos todos um bocadinho egocêntricos. Quando nos sentimos o melhor do mundo para alguém compreende-se que seja assim. Mas, mais tarde ou mais cedo, as pessoas que nos amam desencontram-se do nosso crescimento e, no lugar do seu amor, deixam, sobretudo descuido e desamparo."



Já passou...foi o fim de ano mais introspectivo e inesperado de sempre... Acho que nunca me tinha emocionado tanto sozinha na vida. Comecei a aprender a andar sozinha pelos caminhos..
Começaram, mais ou menos, assim os primeiros dias do ano. Profundamente embrenhada neste livro maravilhoso. Prenda de Natal da mana, por sugestão da mãe (ena... uma prenda directa ao coração, plimmmm). 
Acabei agora de o ler e apetece-me abraçar alguém. Apetece-me que o afecto voe e as pessoas se sintam amadas. Apetece-me que o pó dos dias não se acumule nas prateleiras da vida, sorrio tanto com as metáforas ternurentas do Professor Eduardo, quase que consigo ouvir a sua voz doce e meiga. 
As pessoas deviam ter escrito nas agendas, calendários, iphones, etc, etc lembretes com mensagens, verdadeiras injecções de vida. Para nunca se esquecerem de cuidar e mimar as pessoas que estão na fila da frente das suas vidas. E pronto é isto, tenho dito...