segunda-feira, julho 30, 2007

Foz do Desejo




Não sei se é poema
Mas sei que se escreve na pele
Se sente na pele e se diz com o corpo
Não será poema
Mas tem a tua voz
Essa inflexão suave de astro louco
com os teus olhos caminheiros
acesos na maré dos sonhos
Palavras serão intermitentes
Como o farol sereno que me leva
A navegar em águas doces
Na entoação do teu nome
Como se palavra fosses

Diz-me
como poderia ter rima
Se não tivesse luz
O cristal puro das estrelas
A lua incandescente nos meus seios
A espada que reluz na escuridão
E fere e mata e luta e espanta
Estas sombras que cobrem as palavras

As palavras...
móveis cobertos de panos
Como janelas abertas para o espanto
Destapadas certezas que afagamos
Aquela serra onde nos vemos
Um mar de verdura no olhar
O corpo intenso o bosque astral
E as mãos?
As mãos a lavrar o corpo
Até à foz do desejo...
Não, na verdade
Não sei se é poema
Embora arda na seiva dos dedos

By LibeLua em fevereiro 14, 2005

AQUI

Untouchable... Lindo... Lindo...




My Skin by Natalie Merchant



Take a look at my body,
look at my hands
there's so much here that I don't understand
Your face saving promises,
whispered like prayers
I don't need them.

Cuz I've been treated so wrong
I've been treated so long as if I'm becoming untouchable...

Well, contempt loves the silence
it thrives in the dark,
the fine winding tendrils that strangle the heart
They say that promises sweeten the blow
but I don't need them... no I don't need them.

I've been treated so wrong,
I've been treated so long as if I'm becoming untouchable
I'm a slow dying flower
in the frost killing hour
sweet turning sour
& untouchable.

ooh I need
the darkness,
the sweetness,
the sadness,
the weakness,
ooh I need this.
Need a lullabye,
a kiss goodnight,
angel, sweet love of my life
ooh I need this

I'm a slow dying flower
frost killing hour
the sweet turning sour
& untouchable

Do you remember the way that you touched me before,
all the trembling sweetness
I loved and adored...
Your face saving promises
whispered like prayers.
I don't need them.

I need the darkness,
the sweetness,
the sadness,
the weakness,
ooh I need this.
I need a lullabye
a kiss goodnight,
angel, sweet love of my life
ooh I need this
Well, is it dark enough,
can you see me?
do you want me?
can you reach me?
or I'm leaving...
you better shut your mouth
and hold your breath
you kiss me now,
you catch your death
oh I mean this...
oh I mean this..

P.S. Sometimes I feel like no matter how or what I feel ... there's somewhere a song written that describes
what I'm feeling in that precise moment. To you my sweet love.


Try your wings....




If you've never been in love
And you're longing for the happiness it brings
Try your wings

If you're hungry for the sound
Of a lover saying sentimental things
Try your wings
A first love never comes twice
So take this tender advice
When it comes, try your wings
And fly to the one you love

Even the tiniest bluebird
Has to leave its nest to fly
What a bluebird can do
You can do too, if you try

If you’ve always had a dream
But you’ve been afraid that it would not come true, hitherto
Fall in love and you will find
That it’s just what you’ve been dreaming of

A first love never comes twice
So take this tender advice
When it comes, try your wings
And fly to the one you love

Music by Michael Barr,
Lirics by Dion Mcgregor,
Performed by Blosson Dearie,
Film by Isabel Coiret
(My life without me)

BELISSIMOOOOOOOOOOOOOO, QUERO TUDO MÚSICA E FILME.................

Onde é que isto andou a minha vida toda??????????

Hitherto!!!

quinta-feira, julho 26, 2007

Ocupar a mente ... o tempo...





e satisfazer as vontades .... ;p



Bola e bolo ;)

Uma pitada de boa disposição...
um sorriso e mãos ao trabalho ...
à velha moda portuguesa em fogão a lenha.

Gosto de cozinhar ... mas gosto mais de comer..
Comer bem!




segunda-feira, julho 23, 2007

Saudades ...






... da ternura.
Do arrepio que transcende o sentimento.
Ecoa a palavra inexistente em muitas línguas,
Que engloba um turbilhão de sentimentos
E ao mesmo tempo um vazio
Que se transforma num nada que significa tudo.
E quando fecho os olhos e dois sorrisos surgem
Já ganhei,
Já ganhámos.




sábado, julho 21, 2007

Não ao quadrado ....


"Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insónia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!"

Álvaro Campos, excerto de Insónia



Não, não é cansaço...

É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...

Álvaro Campos, excerto de Não

quinta-feira, julho 19, 2007

Confiança



"Tem confiança em ti próprio. Na inteligência que te permitirá ser melhor do que já és e no instinto do teu amor, que te fará merecer boa companhia."

Fernando Savater, Ética para um jovem


Frases que recupero perdidas nos livros lidos da minha adolescência, e que fazem sentido e iluminam o caminho. Bem hajam os livros e seus autores que nos iluminam momentos preciosos ao dizerem por palavras mesmo que indirectamente o que precisamos de ouvir.

"Não necessitas de muralhas! As muralhas não te protegem, isolam-te."

A ponte para a eternidade em Mensagens para Sempre, Richard Bach


domingo, julho 15, 2007

Beautiful specific details...





Pequenos nadas, pequenos e belos detalhes apenas o que me ocorre. Quando as horas passam e o sono não chega. O primeiro comboio já passou e fiquei na estação a vê-lo passar, a perdê-lo propositadamente. Apenas para me cansar e ao apanhar o próximo para que não exista margem para pensamentos nem mais detalhes, daqueles que nos enchem o coração ora de felicidade, ora de tristeza. E enfim durma tranquila e de cansaço. Memórias que levo comigo, que escolheram ontem e hoje para serem revisitadas e não esquecidas. O ser humano é incrível apesar do cansaço... todo o poder de provocar uma insónia sem ser propositadamente, exactamente quando mais se deseja descansar é para mim a vida a provocar-me. A dizer: -Hey! Para aí um bocado que vais perdida na direcção errada. E eis que encontro as pastas guardadas no tempo, não apenas as pastas mas os detalhes guardados detalhadamente com a maior da ternura e carinho. O sorriso e o arrepio. A dupla da nostalgia. As músicas guardadas no coração, uma a uma, a banda sonora... O trautear em cima da cama e o olhar perdido no vazio, os olhos e sentidos que captavam tudo, tudinho. As horas a descobrir cada pedaçinho. O som do silêncio. O sentir do chamado cloreto de sódio intrínseco à vida. Agora sim vou dormir mas antes.... uma música do passado:

A VIDA SEGUE LÁ FORA

Quando tu apareceste
Eu estava esquecida
Nos perdidos e achados da vida
Mas sentia-me bem
Com a cabeça arrumada
Não sentia falta de nada
Avisei-te à partida
Que a haver algo entre nós
Era melhor ter cuidado
Queria viver o presente
Queria esquecer o passado
Portanto não me acuses da dor
Que dizes sentir agora
Deixa-me só no meu canto
A vida segue lá fora
Quando tu apareceste
Eu estava a saír
Dos perdidos e achados da dor
E sentia-me bem
Com o corpo a descansar
Dos altos e baixos do amor
Avisei-te á partida
Que um caso entre nós
Era sempre perigoso
O meu passado recente
Tinha sido doloroso
Portanto não me acuses da dor
Que dizes sentir agora
Deixa-me só no meu canto
A vida segue lá fora

Lúcia Moniz


quinta-feira, julho 12, 2007

Like A Star...





Just like a star across my sky,
Just like an angel off the page,
You have appeared to my life,
Feel like I'll never be the same,
Just like a song in my heart,
Just like oil on my hands

Corinne Bailey Rae

domingo, julho 08, 2007

Acordo...



Acordo e sussuro baixinho o poema da minha vida, as palavras a que volto sempre. Respiro fundo e sei que a tranquilidade um dia chegará.


"Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade."

Sísifo, Miguel Torga


Abro os olhos lentamente com medo dos dias em que vou tropeçar e sinto a carícia do vento a abraçar-me e a dizer-me baixinho...

"O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima

De cada sonho

Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura

Numa doçura

Muito mais pura
E muito mais nova…"

Confiança, Miguel Torga


E eu quero acreditar... que sim... !!!

A maior prova de amor do mundo...





TAJ MAHAL!

a minha vénia e homenagem.


segunda-feira, julho 02, 2007

Still... can't say what's going on...



Still a little bit of your taste in my mouth
Still a little bit of you laced with my doubt
Still a little hard to say what's going on

Still a little bit of your ghost your witness
Still a little BIT of your face I haven't kissed
You step a little closer EACH DAY
Still I can't SAY what's going on

(...)

Still a little bit of your song in my ear
Still a little bit of your words I long to hear
You step a little closer TO ME
So close that I can't see what's going on


DAMIEM RICE forever, cannonball


Oito ou oitenta



Junto peças de um puzzle, na (in)certeza de que existe. Busco em mim e de repente não me permito sentir aquela esperança patológica. Quando esperas encontrar nos olhos de alguêm o teu próprio reflexo.... pesa-me o coração, de desilusão desmesurada. Talvez a minha visão seja reducionista e limitada, perdoa-me mas apenas deprendo egoísmo. Porque analiso e não te dás... analiso e não cuidas, experiencio e viras-te de costas. Posso ser eu... mas querido experimenta olhar e encontrar o outro e não a ti mesmo. Não vivas num mundo em círculos, rodopias, gira e acabas tonto, acabamos os dois. Somos o oito e o oitenta. Eu tenho a seta virada para fora (demasiadamente) e tu tens a seta virada para dentro (demasiadamente). Sim temos que nos encontrar a nós mesmos antes de encontrar o outro. Desperto para uma realidade e um sentir atordoado.

Peças e mais peças.... e só quero encontrar um significado, um caminho, sei que também o procuras. Sabes que preciso de entender... Tu és tão especial, só podes tropeçar na felicidade um dia destes. Mas antes de partires... ajuda-me a entender. Para também eu partir em paz. Será um cantinho só nosso para sempre este que partilhamos, uma cavidade em dois corações em busca de um sentido, que ficará guardada num baú especial, um baú de carinho e uma caixinha de música.