sábado, dezembro 30, 2006


The notebook




"Feels Like Home" by
Chantal Kreviazuk

Somethin' in your eyes, makes me wanna lose myself
Makes me wanna lose myself, in your arms
There's somethin' in your voice, makes my heart beat fast
Hope this feeling lasts, the rest of my life

If you knew how lonely my life has been
And how long I've been so alone
And if you knew how I wanted someone to come along
And change my life the way you've done

It feels like home to me, it feels like home to me
It feels like I'm all the way back where I come from
It feels like home to me, it feels like home to me
It feels like I'm all the way back where I belong

A window breaks, down a long, dark street
And a siren wails in the night
But I'm alright, 'cause I have you here with me
And I can almost see, through the dark there is light

Well, if you knew how much this moment means to me
And how long I've waited for your touch
And if you knew how happy you are making me
I never thought that I'd love anyone so much

It feels like home to me, it feels like home to me
It feels like I'm all the way the back where I come from
It feels like home to me, it feels like home to me
It feels like I'm all the way back where I belong
It feels like I'm all the way back where I belong

sexta-feira, dezembro 29, 2006

O amor não tira férias...



The holiday (2006)


Don't blow away...


segunda-feira, dezembro 25, 2006



o
"nada" no meio do imenso tudo...




(Roy Lichtenstein,Chica con lágrima III, 1977)


Lanço um S.O.S.

Save our souls!


Não sei o que é pior ...

... ALGUÉM chegar ao ponto de proferir tal frase.

... ou continuar a amar-te, depois de a ler de rosto lavado em lágrimas!

Eu sou um caso perdido,

Quanto a ti, já não sei.


sábado, dezembro 23, 2006

Já não sei o que é sentir



Em época de amor
Já não sei o que é sentir
Faz muito frio
Ouço o piano ao longe
A música que arrepia
Fecho os olhos
Imagino-te ao meu lado
Na àrvore da liberdade
Aconchegados e quentinhos
Com asas para voar
E sonhos por cumprir
Talvez uma estrela cadente
Seja para nós e
Nos permita pedir um desejo
Só um...
Não, dois em um.


P.S. Tenho tantas saudades e sinto-me de coração apertado.


FALAVAM-ME DE AMOR





"Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado."

Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979



sexta-feira, dezembro 22, 2006

No azul amplo solta



"Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.

O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma,

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.

Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem."


Fernando Pessoa, 20/03/1931


quinta-feira, dezembro 21, 2006

Banda sonora da viagem... II


El canto del loco




Besos

Hey, atiende, por qué
has salido a la calle tú tan fresco.
Y dime por qué
te has tirado tres horas en el espejo
pa ponerte guapo pa ligar,
para ir a la calle y no piensas
que eso ya da igual.
Que ya no vas a impresionar,
que lo bueno y lo que importa está en los besos.

Y eso es lo que quiero, besos.
Que todas las mañanas me despierten de esos,
que sea por la tarde y siga habiendo besos.
Y luego por la noche hoy me den más besos pa cenar.

Y dime por qué
tú hoy te echas mil cremas por el cuerpo,
si no se te ven.
Y se te han olvidado los sentimientos.
Tienes que empezar por resolver.
Lo que tienes dentro
y no piensas casi en los demás,
qué más dará si mal o bien.
Mucho metrosexual y faltan besos.

Y eso es lo que quiero, besos.
Que todas las mañanas me despierten de esos,
que sea por la tarde y siga habiendo besos.
Y luego por la noche hoy me den más besos pa cenar (X2)

Y párate a ver,
que los que ya te quieren no miran eso.
Sólo quieren ver ese guiño de ojos
sin complejos

Artist: El Canto Del Loco
Album: Zapatillas
Year: 2005

Day 8: 15 Dez

Salamanca

Depois de me despedir de Madrid e de uma semana fantástica ... eis que nos dirigimos para a magnifica cidade de salamanca. Eram 18h quando chegamos depois de 2 horas e meia de viagem fazia um friooooo.... uiiii 2 graus apenas, não se via nada com tanto nevoeiro... mas a cidade é demais ... super romântica, as luzes da noite .... todos os monumentos e universidades edificios super antigos e bonitos... a catedral ... a plaza mayor... a fachada das conchas... lindooooo.

Mas lindos, lindos eram os bares.... demais mesmo!

Captain Haddock















El posada de las almas



El tio bibo




Teria sido a despedida perfeita ... para voltar sempre ... não fosse o contratempo... de ter perdido o bilhete, dois graus negativos e as lágrimas que foram mais que muitas.



"Recuerda aquella estación,
tu llorando en el vagon,
vi la vida y su color."


La Oreja de Van Gogh, Vuelve

Porque será que a vida me pune sempre depois de momentos muito felizes com acontecimentos que me fazem sofrer imenso... não se ouvia um som ... apenas um olhar de novo vazio e as lágrimas que jorravam inesgotavelmente.

Fecha o pano!

Night 7: Part II

La Inverna: Bar de CUENTACUENTOS

Isso mesmo um bar onde se contam contos à jueves (5ª feira) com poemas escritos na parede e exposições...



O poema que me fez lembrar de ti...



(estás sempre comigo, foste a madrid comigo sabias?)


uma columbiana a contar contos super expressiva e talentosa, contos que faziam arrepiar e pensar na vida e nada melhor para acompanhar que um té de manzanilla quentinho para aquecer a alma lá fora fazia muy frio... humm ainda sinto o aroma...



Dia perfeito!

Day 7: Parte I

EL RETIRO

O jardim mais bonito que já vi na minha vida. Megalomano, com mil caminhos e cantos recônditos para descobrir um verdadeiro labirinto de oxigénio e espécies raras... para a familia, os amigos, os jovens, as crianças, os desportistas, os avós, os namorados, os pic nics e as loucuras ... ;P


Entramos pela puerta del angel caido... não sei porque caiu o anjo... mas posso imaginar que os anjos caiam com tamanha beleza que este lugar mágico irradia. Senti-me viva ali...



Um dos lagos mais bonitos de entre as centenas de lagos existentes neste enorme jardim... os namorados a andarem de barco... as pessoas espalhadas pelas escadas, a vista apaziguadora e tranquila... o passeio mais bonito... ouviam-se flautas, sons lindissimos, eu própria desatei a correr pelo jardim e cantarolei a velha música:
"Foi na avenida da liberdade
Quando um dia abri a janela

E estava mesmo à espera

De ver o mundo a sorrir"
Estás feliz? Estou nas nuvens não me acordem deste sonho... senti-me tão leve... no meu próprio conto de fadas ... só faltava mesmo era o principe, porque a fada e o duende estiveram presentes o tempo todo e cuidaram de mim soberbamente.



E eis que conheci o palácio de cristal bem como o palácio de Velásquez... em pleno jardim um pequeno palácio qom vitrais que com o brilho do som apresentavam cores linda num arco-íris que não acabava... demais achei que o meu coraçãozinho não ia aguentar ... o palácio superava o meu conto de fadas...e o lago que existia em frente ... bem demais... era capaz de passar ali os meus dias naquele lugar mágico, se ao menos o homem in(visível) me alimentasse a alma.

El retiro um jardim com um nome simples e bonito quem me dera ter à porta de casa um local tão mágico como este que trago no coração e provoca um brilho no olhar cada vez que me vem à memória.

Day 6


Cidade Universitária...

...e uma das faculdades importantes (hehe)



Prevenção nas faculdades muy bien...

"Cannabis hay trenes que es mejor NO coger!"



Depois para finalizar fomos nem mais nem menos que a uma livraria pedagogica... os meus pais que perdoem mas os livros espanhóis tem coisas e programas de intervenção fantástico... gastei assim uns dinheiritos a mais ... ups... ;P




Incrível as horas que lá passei... aos que me esperaram e desesperaram os meus agradecimentos!

Day 5

El Museu del Prado

Arte, cultura e sobretudo poesia que se podia ler, sentir e ver através de pinturas e esculturas célebres e famosas.... despertei os sentidos para captar cada obra que vi e assim assimilar ao máximo. O museu do prado é enorme, um baú precioso de obras magníficas...

Goya, Rafael, El Greco, Rubens, Tiziano, Tintoretto, Brueghel, Velázquez, Caravaggio e mais muitas mais...

...mas de todas as obras a que mais trouxe gravada na memória...



O artista flamengo EL Bosco (Bosch) pinta a sua obra prima O Jardim das Delícias ou Jardim de Encanto entre 1500 a 1510.


A concepção pessimista de um mundo dominado pela idéia do pecado e da fragilidade da natureza humana, típica do pensamento medieval, encontrou expressão plástica na pintura de Hieronimus Van Aeken Bosch.

Lindo, lindo ... as imagens não lhe fazem justiça é magnânime e sublime... adorei!

Aparte.. I



Vai uma pessoa pelas ruas de madrid e encontra propostas como esta....




Ora bem meus amigos ... isto não se faz ... z z z z!!!


Banda sonora da viagem ...

LA OREJA DE VAN GOGH





Dulce locura (Guapa, 2006)


"Vendo el inventario de recuerdos de la historia mas bonita que en la vida escuche

Vendo el guión de la película mas triste y la mas bella que en la vida pude ver

Vendo los acordes, la brillante melodía y la letra que en la vida compondré

Vendo hasta el cartel donde se anuncia el estreno del momento que en la vida viviré

Entiendo que te fueras, y ahora pago mi condena pero
no me pidas que quiera vivir

Sin tu luna, sin tu sol, sin tu dulce locura
me vuelvo pequeña y menuda, la noche te sueña y se burla
te intento abrazar y te esfumas

vendo una cámara gastada que captaba la mirada que en la vida grabare

vendo dos entradas caducadas que eran de segunda fila que en la vida romperé

vendo dos butacas reservadas hace siglos y ahora caigo que en la vida me senté

vendo hasta el cartel donde se anuncia el estreno del momento que en la vida viviré entiendo que te fueras, y ahora pago mi condena pero no me pidas que quiera vivir

sin tu luna, sin tu sol sin tu dulce locura
me vuelvo pequeña y menuda, la noche te sueña y se burla
te intento abrazar


sin tu luna sin tu sol sin tu dulce locura
llorando como un día de lluvia mi alma despega y te busca
en un viaje un viaje del que no vuelve nunca.

subiré cada noche a buscar a tu luna en mi tejado
el recuerdo de un abrazo que me hace tiritar

sin tu luna sin tu sol sin tu dulce locura
me vuelvo pequeña y menuda
la noche te sueña y se burla
te intento abrazar

sin tu luna sin tu sol sin tu dulce locura
llorando como un día de lluvia mi alma despega y te busca en un viaje del que nunca volverá."

Day 4

El centro de Madrid...

...a cidade não acaba... é o delirio total... lá fomos rumo à estação de ATOCHA...
Só conhecendo a estação se pode entender o porquê da escolha desta para o atentado ali convergem todos os comboios de cercanias (regionais) bem como o metro e tudo em geral. É uma estação enorme com um grande jardim, esplanadas e imensas, centenas de lojas, incrível mesmo. As pessoas fazem filas que não acabam depois de sair do metro para subir à cidade através das infindáveis escalas rolantes. Esta estação é megalómana mas o reflexo de uma cidade frenética e extremamente povoada. Sempre me fez muita confusão muita gente junta... pensava eu até ver ... pessoas sem cara ... mas muitas, centenas...


Seguimos para o centro hora de almoço, fomos comer algo característico imaginem por apenas 2 euros no centro de Madrid um bocadillo de calamares (sandes de lulas fritas) e bravas (batatas cozidas e depois fritas com um molho hiper, mega, picante, bravas sim senhor muito bravas).

Após o almoço característico da cidade de Madrid, é bom asseguro (isto é dito por alguêm que não gosta de lulas).






Exploramos o centro de cidade ponta a ponta... Gran Via, calle de Alcalá, Plaza Mayor, Kilómetro zero, Paseo del Prado e mais muitas mais que não recordo o nome... encontrei o ursinho com o madrunho que é o simbolo de Madrid (mais uma coisa que não sabia... sempre a aprender..).



Vi inúmeras coisas... encantou-me ir pelo paseo del prado e encontrar numa rua milhares de livros à venda em centenas de bancas por apenas, 1, 2, 3 euros... enfim um sonho para uma viciada em livros...

Isto para não falar das horas que passei na fnac de lá enorme até me esqueci de quantos pisos tinha eram muitos, muitos ... livros... ;) e a casa del livro... uiiii eu tava no paraíso. E para finalizar a tarde já me doiam os pés ... mas já diz o velho ditado quem corre por gosto não cansa... ouvia uma música de natal... saimos à la calle e lá estava diante de mim... A LINDA MAGNIFICA CORTILÂNDIA. E de repente eu era uma criança como as centenas que param ali de meia em meia hora sempre que a música tocava na enorme fachada do el corte inglês.



Lindo enquanto se ouvia a musica todos os animais mexiam as suas bocas como que a cantar na enorme fachada. É mágico lindo... Pelo passeio andam pessoas vestidas de mickey, minnie, pateta ... as crianças deliram (eu também..).

P.s. Tirei uma foto com a Minnie... mas não contem a ninguém... o mickey não me ligou nenhuma... tava a fazer um balão a uma menina mais pequenina.. hehe...


segunda-feira, dezembro 18, 2006

Day 3: Domingo (10 Dez)

EL RASTRO: MADRID



A mais incrível e maior feira que já vi na vida, ruas que não acabavam de tendas com as coisas mais esperadas e inesperadas à venda. Tudo de tudo. E muitas pessoas encontros e desencontros e muitas muitas mais pessoas. Um mar que ora subia ora descia as ruas num encontro desconcertado e antagónico.



Andei horas a fio e não vi metade realmente megalómano El Rastro. E depois de uma pasta italiana fantástica (influência de uma erasmus que se encontra algures em Florença), uma tarde de risos e abraços. Conversas espirituosas e inconfidências. Sempre sempre com a velinha acesa. Encanta-me esse teu hábito, quando em casa .... acende-se sempre uma ou mais velas... lindo!


Day 2: Sabado

A MURALHA DE ÁVILA...


Percorro a muralha e sinto-me nostálgica... é como se percorresse o meu interior na esperança de encontrar uma saída mas ao mesmo tempo a disfrutar todos os cantinhos recônditos tantos os mais escuros e sombrios como os mais luminosos. e brilhantes.


Depois de um dia de visitas à cidade muralha, à cidade dos nove arcos e do el rastro mais bonito do mundo para passear à noite .... eis que começa ....


... a nevar!
Lindo, lindo! Seriam os deuses... a presentear a cidade de um manto branco... para que o natal passe numa passadeira de veludo?

Day 1: Viernes (8 Dez)


A IR DE CAÑAS E DE COPAS...

Depois de uma viagem de 3 horas em direcção ao país irmão vislumbro uma cidade, ao longe luzes e uma muralha lindissima. Estamos em Ávila , uma das cidades mais bonitas que já vi. Ao longe dos chamados "Quatro postes" a paisagem prometia, a cidade muralhada e iluminada para a noite que caiu fria e divertida. Faziam 2 graus, nem mais nem menos. O frio cortava, mas era uma sensação de estar viva tão doce. Chegamos e conheci a familia mãe da amizade que me recebeu de braços abertos e com uma ternura e carinho que me emocionaram.

Saimos durante a noite fomos a alguns bares de cañas e copas....Uma tradição gira ir de cañas ... os jovens vão de bar em bar beber uns copos que são acompanhados de pinchos, isto é de sandes e petiscos que são nem mais nem menos que de graça neste pueblo lindo que é Ávila.


Fomos a vários bares e o mais incrível é que os pinchos e aperitivos eram sempre de graça só se pagavam as bebidas. E assim jantamos à pala em 3 bares seguidos. Fomos a um bar em especial onde me deram a provar cerveja roja seja lá o que isso for ... e cerveja de cereja.... uiiiii recomendo vivamente, muito bom.
Seguidamente fomos a alguns bares dançar conheci um bar lindo e super original que simulava dimensões de uma casa só que imaginem só, ao contrário os móveis estavam colados ao tecto e as luzes no chão. Demais mesmo só visto... aconselho vivamente "Delicatessen" e o bar seguinte o Olé, tipicamente espanhol decorado com um touro e entre outras coisas super original e muy a gusto.



Noite super animada onde conheci muita gente simpática que solo hablava español hehe ;)

A ir de cañas...

Uma semana de vida... que a amizade me trouxe


Depois de quase uma semana de um brilho especial polvilhada pelas estrelas e luzes natalicias espalhadas pela cidade. Uma semana em que a amizade me trouxe vida e alegria envoltas num papel especial. Uma visita dos anjos amigos, a cidade renasceu e os dias ganharam vida. Uma cidade com um fundo especial, o azul do céu e as cores da ponte pedonal homenageando o mondego. O chocolate quente branco sobre a tarde só nossa. O quadro que ilustrava a tarde no bar de outrora. Os braços abertos sugando o tutano da vida. Depois de jantares deliciosos (ora italiano ora africano), bares e músicas que não se esquecem, sorrisos de prazer e convívio. Depois de uma semana inesquecível eis que surge o convite inesperado. E da noite para o dia a decisão de ir... viajar. Viajar sabe tão bem, alimenta a alma. Mostra-nos que existe mais e que é possível sempre mais.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

me voy a Madrid ???



Quando menos se espera
Vem a dona vida e mostra-nos
Que o vazio se combate
Facilmente
Simplesmente a viver!

A amizade hoje mostrou me isso
O brilho do meu olhar e do deles
Adoro-os do fundo do meu coração.
São o melhor que aconteceu na vida.


P.s. Viernes me voy a Madrid!


Estou nas nuvens.
Muito obrigada por estes momentos preciosos de azul!

domingo, dezembro 03, 2006

Da Razão e da Paixão



"A vossa alma é muitas vezes um campo de batalha, em que a vossa razão e o vosso julgamento estão em guerra contra a vossa paixão e o vosso apetite. Pudesse eu ser o pacificador da vossa alma e transformaria a discórdia e a rivalidade dos vossos elementos numa união e melodia. Mas como o poderia fazer, a menos que vós também fosseis pacificadores, amantes de todos os vossos elementos? A vossa razão e a vossa paixão são o leme e as velas da vossa alma navegante. Se um de vós navegar e as velas se partirem, só podereis andar à deriva ou ficar imóveis no meio do mar. Pois a razão, só por si, é uma força confinante; e a paixão, não controlada, é uma chama que arde provocando a sua própria destruição. Por isso deixai a vossa alma exalar a vossa razão até ao auge da paixão, de forma a poder cantar. E deixai que ela oriente a vossa paixão com razão, de forma a que a vossa paixão possa viver através da sua ressurreição diária, e, qual fénix, renascer das próprias cinzas. Eu comparo o vosso julgamento e o vosso apetite com dois hóspedes queridos que recebeis na vossa casa. Com certeza não irieis favorecer um mais que o outro; pois aquele que o fizer perderá o amor e a confiança dos dois. Entre as colinas, quando vos sentais à sombra fresca dos brancos álamos, disfrutando da paz e serenidade dos campos e prados distantes deixai o vosso coração dizer silenciosamente.
E quando vier a tempestade, e o vento forte assolar a floresta, e a trovoada e os relâmpagos proclamarem a majestade do céu, deixai que o vosso coração diga ..."

Da razão e da paixão, Kahil Gibran, in O profeta

Já não sei



"Eu já não sei se sei o que é sentir...
(...) não sei o que é sentir.
Se por falar, falei, pensei que se falasse era fácil de entender.
Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Triste é o virar de costas"

Fácil de entender, The Gift

sábado, dezembro 02, 2006

Conversa à lareira



Num monólogo interior... à lareira... olho para dentro. Nem sempre sei definir o que vejo e nem sei se quero definir o que não vejo mas sinto. Aproximo-me para que o calor dos pensamentos não se liberte para longe e se entranhe no corpo qual abraço de energia revitalizante. Mantenho-me atenta para que a fogueira não se apague na tentativa de encontrar um diálogo que faça sentido no meio do estalar da madeira que arde vorazmente, como se transfigurasse no desejo latente. Fecho os olhos, respiro fundo e apesar de não encontrar sentido algum, continuo a alimentar o meu coração com lenha para que a lareira continue a ser uma lareira quentinha e acolhedora. Ali sinto-me protegida, quente e protegida. Sem rumo mas protegida. E acho que não haverá nada mais sensato do que ali permanecer. Chega de frio e vazio. Algures surgirá a cinza e o pó mas aí já eu dormirei um sono profundo que me anestesia até à próxima etapa acender de novo a lareira.