domingo, janeiro 08, 2006

Te quiero!


Caminhos incertos, encruzilhadas partilhadas que escondem as profundezas de um ser como muitos outros mas especial, complicadamente especial. Um verdadeiro labirinto com caminhos tortuosos, distância e afastamento, prazer e carinho ... e amor. Sim amor! Não aceito a tua negação mais que óbvia da felicidade. O impedimento que impões a ti e a mim. A um nós que não deixas existir. Uma amálgama de situações antagónicas e martirizantes, verdadeiramente dolorosas e ao mesmo tempo terrivelmente doces e apetecíveis. O prazer insano, a loucura das pulsões misturada com a loucura e a irracionalidade dos afectos. Assim eras tu, assim eramos nós. O arrepio gélido de uma noite de inverno que não dispensamos pelo desejo que provoca e pela intensidade que flui entre dois corpos àvidos. O calor de uma noite de verão que insiste em perturbar e encantar pela sua volúpia e charme. Um contentamento descontente, um mar de sensações e afectos em que mergulhamos na tentativa de encontrar um tesouro perdido. Um amor que não se revelou, apenas porque não deixas fluir, não o deixas vir à superficie porque o amarraste nas profundezas do tempo e do espaço. Nas profundezas cheias de potencialidade, um mundo repleto de cores e fantasia um mundo só teu. Gotas e gotas de dedicação, fui tentando aquecer o teu coração que vivia algures num país longinquo, num planeta gélido a preto e branco. E tu foste derretendo, eu sei que sim! Mas sempre que te sentias a perder o controlo, viravas costas e refugiavas-te de novo na caverna, sem o beijo desconcertado, sem o abraço sentido, sem mim! Mas tu voltavas, demorasse o tempo que demorasse tu voltavas. Eras um vaivém perdido que ora vinha ora partia. Vinhas buscar junto de mim o combustível, o afecto, para partires para uma nova viagem, mas o combustível acabava e voltavas ... inseguro, confiante, atrevido, envergonhado. A chegada era o toque, a partida era a batida da porta, a rua num só sentido em que desaparecias. Antes ficava a ver-te desaparecer até que não te vislumbrasse mais, últimamente fecho de imediato a porta. A despedida é sempre dolorosa. Sim eu sei eu não sou perfeita, tenho limitações imensas. Sou obcessivamente dedicada e dependente. Sem ti não existo! E nem quero existir. A existência perde a essência quando caminha para a solidão. Quando não partilhas ... quando não me dás a mão e não me levas a conhecer o exterior. Quando dou por mim o teu silêncio congela as minhas palavras, congela os meus movimentos, o meu olhar... abraças-me vezes seguidas, ficas tatuado em mim... absorvo o calor do corpo como os alimentos para viver, dou por mim a descodificar sinais, gestos e resisto de novo ao teu olhar caio sobre ti e beijo-te de novo. Sabes porquê? Porque és meu, porque estás em mim, porque sou tua. Porque nós existimos e a complexidade desvanece quando os nossos lábios se unem em busca de um só, só mais um momento a dois. Insólito, louco e tão nosso. Espero por ti
Principezinho, T.Q.