terça-feira, outubro 18, 2011

Coping II

Dizem que quando se fecha uma porta se abre uma janela. Eu experienciei isso de uma forma tão abrupta que esta janela já se fechou também. Passaram 6 meses. 6 preciosos meses desta minha vida que cada vez mais menos sentido faz. Hoje é um mau dia, hoje é o dia em que eu tenho que estar aqui com um sentimento tão excruciante, tão dilacerador que efectivamente me dói o peito, efectivamente dói-me o corpo porque estou a lutar com todas as forças que tenho e não tenho para não sair daqui disparada e ir.  Fazer o quê, não sei. Precisava de ir, andar, correr e chorar até que não houvessem mais lágrimas. Mas nem isso me faria sentir melhor. Hoje precisava do teu abraço, de te sentir por perto. De não me sentir sozinha, de continuar a conversar contigo como só tu sabes ouvir-me, responder às minhas eternas perguntas existenciais, de ouvir a tua voz e voltar a sentir a paz que o teu colo sempre me proporcionou. Não sei como consegues ser tão forte... quero acreditar que também precisavas de colo até mais do que eu. Mas os anos fizeram-me mais resistente a estes acontecimentos. Naquele dia quis chorar contigo, abraçar-te mas estava tão magoada ainda não tinha percebido nada. Estava tão atordoada que não conseguia, pensar, sentir e ainda assim foi uma conversa de que me orgulho tanto. Orgulho-me tanto de ti, do que construímos. Do quanto fomos felizes juntos. Quero aceitar e respeitar mas não consigo ser tão madura quanto consegues. Tortura-me a ideia do que poderia ter sido e não foi por impedimento de nem sequer tentar. Tortura-me tanto. E, ainda assim a vida volta a fazer-me passar por isto.
Como é possível não poder controlar esta dor e como não é possível partilhá-la, nem amenizá-la, parece um filme de terror que não acaba, o que poderá acontecer de mais avassalador? Uma frase sábia diz que passamos tanto tempo a olhar para a porta que se fechou que não temos a capacidade imediata de ver a janela que se abriu? Eu continuo a não vislumbrar o problema mas consigo aos poucos aceitar que fizeste uma escolha e que prescindiste do que mais recente havia na tua vida em detrimento de outras realidades. Mas... hoje precisava de ti, da tua força, da tua determinação. Porque hoje invulgarmente dói para além do que posso suportar sozinha.