Estamos no ano Inesiano, embevecida por toda a trama da famosa e trágica história de Inês de Crasto e D. Pedro, que foi explorada no Congresso Internacional a decorrer é impossível não associar esta história a uma crença que veicula ao longo de gerações, o sofrimento associado ao amor. Como se ambas as coisas fossem indissociáveis. Crescemos com histórias que nos toldam as percepções do amor. Crescemos a acreditar num Romeu e numa Julieta que lutam contra tudo e todos mas estão destinados a um fim trágico. Esta história toca-nos pela forma como nos foi contada, o sofrimento prende-nos à história, toca-nos, absorve-nos, somos empáticos com ele. Queremos sempre que da luta resulte o foram felizes para sempre, no fim é essa a nossa esperança. Vemos uma linda Inês, a ser vitima de um homicídio, e um Pedro que louco de amor obriga anos mais tarde toda a corte a beijar a mão da sua amada morta tendo em vista a sua dignificação como rainha de Portugal. Quantas faces tem o amor? Até onde vai o amor? Quando existirá uma história que perdure no tempo e seja cativante o suficiente para fazer valer a premissa de que tudo o que é sofrimento não é amor. O sofrimento somos nós humanos, imperfeitos, pouco elucidados, sem uma educação emocional que numa evolução muitas vezes sem um contexto saudável deturpamos os caminhos, tomamos decisões erradas ou são tomadas por nós e mudam de forma determinante e trágica os caminhos saudáveis. O amor puro e feliz onde a luz se demora e brilha. Eu sei sou demasiado ingénua, é muito delicodoce esta visão. Gostaria eu de perceber como ainda trago nas mãos resquícios de um amor que a vontade humana fez cessar e que apesar de toda a racionalidade, de toda a compreensão que busquei para me serenar, não consigo apaziguar dentro de mim um sofrimento que me consome. Sinto um aperto enorme, quebram-se-me os sentidos. E o sofrimento não se esgota, com a ideia de que as relações humanas não podem ser tão cruéis. As relações humanas não podem ser tão fúteis. Trago nas mãos não flores e alegrias, trago nas mãos um desgosto que parece não ter fim. Quero que o sofrimento acabe. Quero sentir paz e, ainda assim, ontem quando passava pela ponte luminosa, sentia o coração a bater forte. O meu Pedro não me enviava barquinhos com cartas de amor. O meu Pedro era atencioso, cuidador das minhas horas vazias, luz dos meus dias. E é essa a lembrança que quero ter. O sofrimento tem que desaparecer. Queira a vida, que ele esteja em sossego. E que na vida dele a água límpida seja uma fonte de amores e não uma fonte de lágrimas. Que o arco majestoso daquela paisagem que é a Quinta das Lágrimas dos nossos corações seja janela de boas memórias e das coisas boas que perduram ao longo dos anos.
Os dias azuis são e serão sempre dias felizes. Se não fossem os dias azuis eu não seria quem sou...
quinta-feira, março 29, 2012
quinta-feira, março 22, 2012
Pensamentos do dia: Fagocitose de pensamentos negativos
Quem dera que a nossa mente possuísse um sistema tal como os macrofagos (células que expulsam os virus, bactérias, corpos estranhos e células mortas) e removesse os pensamentos negativos e o mau humor. Era bom que fosse uma resposta automática que o nosso cérebro trouxesse incluído, talvez traga eu é que ainda não a activo de forma involuntária.
Hoje o pensamento positivo que me põe um sorriso nos lábios é estar a estudar para a prova teórica do novo curso que ando a fazer. Novos caminhos, enriquecimento, enlightement, empowerment, sobretudo bem-estar são as palavras chave.
quarta-feira, março 21, 2012
Ainda não aprendi...
...a andar só pelos caminhos. Como dizia o poeta não sei andar só pelos caminhos. Anseio sempre, sinto que merecia poder partilhar tantas coisas que por determinados contextos na vida não tive direito ou oportunidade de partilhar.
Esta semana pintei a minha primeira tela em aguarela. Existem tantas coisas que eu ainda não fiz. E existem coisas que eu gostaria de fazer e partilhar. Quero acreditar. Cada dia um pedacinho mais que a vida tem que ser mais risonha, tem que ser mais ... intensa. Tem de existir mais essência. Quero acreditar que o melhor ainda está para vir. E como diria alguém que eu tão bem conheci.... interessa-me o que está para vir.
Esta semana pintei a minha primeira tela em aguarela. Existem tantas coisas que eu ainda não fiz. E existem coisas que eu gostaria de fazer e partilhar. Quero acreditar. Cada dia um pedacinho mais que a vida tem que ser mais risonha, tem que ser mais ... intensa. Tem de existir mais essência. Quero acreditar que o melhor ainda está para vir. E como diria alguém que eu tão bem conheci.... interessa-me o que está para vir.
quarta-feira, março 14, 2012
Poder transformador
Acredito que todos nós possuímos um certo poder transformador. Demoramos este mundo e o outro a perceber a força que existe dentro de nós. Nem sempre os contextos nos permitem ser pessoas com capacidade introspectiva para percebermos o que passa dentro de nós, como geri-lo e como agir para que o que sentimos se torne positivo. Deixar fluir as emoções como se num rio estivéssemos não basta é preciso educá-las pela positiva. Quero percorrer esse caminho, quero agarrar-me às coisas boas. Aos momentos felizes, às coisas boas e aprender a cruzar-me com as coisas más sem lhes atribuir tanto significado como tenho feito ao longo dos anos. Preciso assumir isso como premissa para que o meu percurso deixe de ser tão cinzento, preciso ver luz onde na maioria das vezes existe vazio. Preciso acreditar, ter esperança, ser optimista. Preciso muito de acreditar que sou capaz, que tenho em mim o poder e a energia positiva para marcar a diferença na minha vida e nas das pessoas que estão à minha volta. Quero ser essa pessoa.
quinta-feira, março 08, 2012
HOJE...
Um copo de vinho do porto, chocolate negro, um bom livro e música da boa! My day is full. :)
quarta-feira, março 07, 2012
Wake up Call
Segundo o senhor GOLEMAN, as pessoas tendem a adoptar 3 tipos de estilos para acompanhar suas emoções:
1- Autoconscientes: quando entram em algum estado de espírito negativo não ficam a ruminar, reconhecem a emoção e procuram retirar soluções positivas, ou seja, buscam a aprendizagem.
2- Mergulhadas: estão imersas nas suas emoções, e são incapazes de superá-las, perdendo o controlo das suas vidas. Pouco fazem para superar um estado de espírito negativo, acreditando não serem capazes de controlar suas emoções.
3- Resignadas: Embora reconheçam um estado de espírito tendem a aceitá-lo, não exercendo o poder da mudança. Ex: depressivos.
PERGUNTA CRUCIAL: Quem tu és grita (continua a gritar) tão alto que não consegues ouvir o que estás a dizer???
Adaptado, Ralph Waldo Emerson
quinta-feira, março 01, 2012
Nuvens
"No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
No dia triste todos os dias...
No dia tão triste..."
Álvaro Campos, Nuvens
Quando mais tento sacudir a tristeza profunda com que desgastam os meus dias, mais a encontro pelos passos que dou a cada dia. E por mais tentativas que faça, a minha mente dá voltas, faz o pino e volta aos mesmos pensamentos deprimentes. Por mais que esmiúce a essência das coisas, por mais que tente entender, este bloqueio.
Os psicólogos chamam de afecto negativo à ausência da vivência de afectos. Eu chamo-lhe um azar do caraças, ironizando a questão. A ponte entre o isolamento e a convivência social sempre me causaram estranheza. Na medida em que tanto com amigos como com companheiros, vivi sempre em micro-climas resguardados. Aposto sempre em pequenos grupos em detrimento de grandes grupos. Gosto de contar com relações sólidas mais do que em relações diversas, fúteis e sem profundidade. E quando as pessoas partem, quando as pessoas por diversos motivos se afastam, eu sofro de uma maneira incontrolável um luto que transforma os meus dias, semanas, meses e até anos numa prisão de sofrimento atroz.
Como diz numa música o Tiago Bettencourt, "tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar". Sou uma dependente dos afectos, constituem a minha base sólida. Não aprendi a ser só, a deixar fluir o evoluir da minha vida e das pessoas. Nunca aprendi a aceitar a solidão e isso fez de mim uma pessoa profundamente triste na maior parte do tempo em que tenho consciência da pessoa que sempre fui. Contudo prezo imenso a solidão e o silêncio. Sei o quanto na maioria das vezes me sossega. Não deixa de ser antagónico quando analiso a questão. Odeio multidões, já dei formação a grandes grupos e isso não me causou qualquer problema. É no mundo dos afectos que me prendo num novelo de carência tremenda. Não desenvolvi as estratégias necessárias de coping para lidar com a rejeição. E isso determinou profundamente a minha relação comigo mesma. O meu optimismo e a crença nas minhas potencialidades foram as minhas principais lacunas.
Escrever ajuda-me a clarificar os pensamentos, quem me lê deve entender e ficar com uma ideia de mim profundamente negativa. Aqui a questão não se prende com o que os outros pensarão de mim. Prende-se com a partilha de sentimentos, de um percurso e vivências não só mas especialmente com as pessoas que me são mais próximas. Escrever é algo que me acompanha desde a adolescência. Sou um ser bastante social, não existe um grupo onde tenha estado, onde não tenha criado relações positivas e de afecto, o que se passa comigo nos dias que correm é que vejo a minha vida através de um vidro como dizia o poeta e não lhe consigo tocar. Porque me dói, ter chegado na minha vida a este nível de sofrimento e nem sempre sinto possuir as ferramentas necessárias para sair deste estado de espírito.
Os psicólogos chamam de afecto negativo à ausência da vivência de afectos. Eu chamo-lhe um azar do caraças, ironizando a questão. A ponte entre o isolamento e a convivência social sempre me causaram estranheza. Na medida em que tanto com amigos como com companheiros, vivi sempre em micro-climas resguardados. Aposto sempre em pequenos grupos em detrimento de grandes grupos. Gosto de contar com relações sólidas mais do que em relações diversas, fúteis e sem profundidade. E quando as pessoas partem, quando as pessoas por diversos motivos se afastam, eu sofro de uma maneira incontrolável um luto que transforma os meus dias, semanas, meses e até anos numa prisão de sofrimento atroz.
Como diz numa música o Tiago Bettencourt, "tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar". Sou uma dependente dos afectos, constituem a minha base sólida. Não aprendi a ser só, a deixar fluir o evoluir da minha vida e das pessoas. Nunca aprendi a aceitar a solidão e isso fez de mim uma pessoa profundamente triste na maior parte do tempo em que tenho consciência da pessoa que sempre fui. Contudo prezo imenso a solidão e o silêncio. Sei o quanto na maioria das vezes me sossega. Não deixa de ser antagónico quando analiso a questão. Odeio multidões, já dei formação a grandes grupos e isso não me causou qualquer problema. É no mundo dos afectos que me prendo num novelo de carência tremenda. Não desenvolvi as estratégias necessárias de coping para lidar com a rejeição. E isso determinou profundamente a minha relação comigo mesma. O meu optimismo e a crença nas minhas potencialidades foram as minhas principais lacunas.
Escrever ajuda-me a clarificar os pensamentos, quem me lê deve entender e ficar com uma ideia de mim profundamente negativa. Aqui a questão não se prende com o que os outros pensarão de mim. Prende-se com a partilha de sentimentos, de um percurso e vivências não só mas especialmente com as pessoas que me são mais próximas. Escrever é algo que me acompanha desde a adolescência. Sou um ser bastante social, não existe um grupo onde tenha estado, onde não tenha criado relações positivas e de afecto, o que se passa comigo nos dias que correm é que vejo a minha vida através de um vidro como dizia o poeta e não lhe consigo tocar. Porque me dói, ter chegado na minha vida a este nível de sofrimento e nem sempre sinto possuir as ferramentas necessárias para sair deste estado de espírito.
O acontecer
"A felicidade não está no que acontece mas no que acontece em nós desse acontecer."
Vergílio Ferreira, Em nome da Terra
Quanto mais leio sobre as emoções, sobre a forma como lidamos com as mesmas e como se deve lidar, mais entendo a pessoa em que me tornei. Agora entendo o quanto não existe volta a dar ao que passou, o quanto o passado me marcou pela negativa. Sei perfeitamente que tenho nas minhas mãos a chave para a solução dos meus problemas. Se fosse tão fácil de colocar em prática o que se apreende através do conhecimento, metade das pessoas seriam pessoas melhores e mais felizes.
O conjunto de acontecimentos negativos, que me sucederam ao longo dos anos, o acumular dos mesmos tornaram-me uma pessoa mais cinzenta, uma pessoa com mais receios, mais ansiosa, mais preocupada com a vida e com os outros do que comigo mesma.
Torna-se para mim profundamente doloroso arriscar sem certezas absolutas tal foram a quantidade de vezes que bati fundo.
Cometi sobre mim mesma actos de abnegação extrema que estou a tentar entender e ultrapassar. Nem sempre é fácil gerir emoções, interpretá-las, refreá-las. Estou nesse caminho. Algures entre o estado a que a tristeza profunda me levou e entre o levantar do chão, para com esperança e optimismo, me conseguir motivar e chegar onde sei que tenho potencialidades para chegar. Onde sei que mereço chegar. Tanto a nível pessoal como a nível profissional. Quero acreditar, preciso de acreditar. Cada dia um bocadinho mais.
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