"No dia triste o meu coração mais triste que o dia...
No dia triste todos os dias...
No dia tão triste..."
Álvaro Campos, Nuvens
Quando mais tento sacudir a tristeza profunda com que desgastam os meus dias, mais a encontro pelos passos que dou a cada dia. E por mais tentativas que faça, a minha mente dá voltas, faz o pino e volta aos mesmos pensamentos deprimentes. Por mais que esmiúce a essência das coisas, por mais que tente entender, este bloqueio.
Os psicólogos chamam de afecto negativo à ausência da vivência de afectos. Eu chamo-lhe um azar do caraças, ironizando a questão. A ponte entre o isolamento e a convivência social sempre me causaram estranheza. Na medida em que tanto com amigos como com companheiros, vivi sempre em micro-climas resguardados. Aposto sempre em pequenos grupos em detrimento de grandes grupos. Gosto de contar com relações sólidas mais do que em relações diversas, fúteis e sem profundidade. E quando as pessoas partem, quando as pessoas por diversos motivos se afastam, eu sofro de uma maneira incontrolável um luto que transforma os meus dias, semanas, meses e até anos numa prisão de sofrimento atroz.
Como diz numa música o Tiago Bettencourt, "tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar". Sou uma dependente dos afectos, constituem a minha base sólida. Não aprendi a ser só, a deixar fluir o evoluir da minha vida e das pessoas. Nunca aprendi a aceitar a solidão e isso fez de mim uma pessoa profundamente triste na maior parte do tempo em que tenho consciência da pessoa que sempre fui. Contudo prezo imenso a solidão e o silêncio. Sei o quanto na maioria das vezes me sossega. Não deixa de ser antagónico quando analiso a questão. Odeio multidões, já dei formação a grandes grupos e isso não me causou qualquer problema. É no mundo dos afectos que me prendo num novelo de carência tremenda. Não desenvolvi as estratégias necessárias de coping para lidar com a rejeição. E isso determinou profundamente a minha relação comigo mesma. O meu optimismo e a crença nas minhas potencialidades foram as minhas principais lacunas.
Escrever ajuda-me a clarificar os pensamentos, quem me lê deve entender e ficar com uma ideia de mim profundamente negativa. Aqui a questão não se prende com o que os outros pensarão de mim. Prende-se com a partilha de sentimentos, de um percurso e vivências não só mas especialmente com as pessoas que me são mais próximas. Escrever é algo que me acompanha desde a adolescência. Sou um ser bastante social, não existe um grupo onde tenha estado, onde não tenha criado relações positivas e de afecto, o que se passa comigo nos dias que correm é que vejo a minha vida através de um vidro como dizia o poeta e não lhe consigo tocar. Porque me dói, ter chegado na minha vida a este nível de sofrimento e nem sempre sinto possuir as ferramentas necessárias para sair deste estado de espírito.
Os psicólogos chamam de afecto negativo à ausência da vivência de afectos. Eu chamo-lhe um azar do caraças, ironizando a questão. A ponte entre o isolamento e a convivência social sempre me causaram estranheza. Na medida em que tanto com amigos como com companheiros, vivi sempre em micro-climas resguardados. Aposto sempre em pequenos grupos em detrimento de grandes grupos. Gosto de contar com relações sólidas mais do que em relações diversas, fúteis e sem profundidade. E quando as pessoas partem, quando as pessoas por diversos motivos se afastam, eu sofro de uma maneira incontrolável um luto que transforma os meus dias, semanas, meses e até anos numa prisão de sofrimento atroz.
Como diz numa música o Tiago Bettencourt, "tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar". Sou uma dependente dos afectos, constituem a minha base sólida. Não aprendi a ser só, a deixar fluir o evoluir da minha vida e das pessoas. Nunca aprendi a aceitar a solidão e isso fez de mim uma pessoa profundamente triste na maior parte do tempo em que tenho consciência da pessoa que sempre fui. Contudo prezo imenso a solidão e o silêncio. Sei o quanto na maioria das vezes me sossega. Não deixa de ser antagónico quando analiso a questão. Odeio multidões, já dei formação a grandes grupos e isso não me causou qualquer problema. É no mundo dos afectos que me prendo num novelo de carência tremenda. Não desenvolvi as estratégias necessárias de coping para lidar com a rejeição. E isso determinou profundamente a minha relação comigo mesma. O meu optimismo e a crença nas minhas potencialidades foram as minhas principais lacunas.
Escrever ajuda-me a clarificar os pensamentos, quem me lê deve entender e ficar com uma ideia de mim profundamente negativa. Aqui a questão não se prende com o que os outros pensarão de mim. Prende-se com a partilha de sentimentos, de um percurso e vivências não só mas especialmente com as pessoas que me são mais próximas. Escrever é algo que me acompanha desde a adolescência. Sou um ser bastante social, não existe um grupo onde tenha estado, onde não tenha criado relações positivas e de afecto, o que se passa comigo nos dias que correm é que vejo a minha vida através de um vidro como dizia o poeta e não lhe consigo tocar. Porque me dói, ter chegado na minha vida a este nível de sofrimento e nem sempre sinto possuir as ferramentas necessárias para sair deste estado de espírito.