terça-feira, fevereiro 04, 2014

Aprender a perdoar # 1



Ao longo dos anos este sempre foi um dos meus piores defeitos sempre tive imensa dificuldade em perdoar. Em perdoar especialmente a amigas. Na adolescência uma das minhas melhores amigas resolveu aliciar o meu namorado e aos poucos conseguiu seduzi-lo ao ponto de ele acabar comigo. A minha intuição sempre me disse que havia ali alguma atracção mas eu nunca quis ver ou analisar a intensidade e repercussão que isso teria. As coisas complicaram-se ao ponto de partilharmos na sala de aula a mesma mesa e de eu me ter remetido a um voto de silêncio cruel que vigorou semanas a fio até que ela resolveu sair da mesa para outro local. Quando lhe foi dada a oportunidade de se explicar limitou-se a enrolar, nunca pediu desculpa e apenas disse que não se lembrava das coisas. Ruminante como sempre fui consegui constituir factos que nunca esqueci e também nunca perdoei ao longo de muitos anos. Posteriormente voltei a namorar com esse mesmo rapaz. E ela também já nos tempos da faculdade, caso para dizer que os desejos reprimidos são intensos, ou talvez seja karma, coisa simples. 
De vez em quando já passados tantos anos manda-me pedidos de amizade no facebook com mensagens (Olá! Lembras-te de mim?) que nunca aceitei, a minha vontade era dizer impossível esquecer mas acho que remexer nisso não valeria a pena. Para mim seria uma grande futilidade e falsidade aceitá-la no facebook talvez lhe dê demasiada importância e devesse aceitar mas não consigo. Uma das coisas que não consigo perdoar, não foi a traição e as inúmeras coisas que me fez nas costas sem uma conversa ou explicação foi sobretudo o abandono de anos de amizade, o não ter estado lá para me cuidar reciprocamente como eu sempre estive. Esta é sempre ao longo dos anos o meu maior ressentimento o abandono. Nunca fui pessoa de ter muitos amigos. Sempre me dediquei a poucas pessoas mas com intensidade e dedicação.
Uma das actividades sugeridas pelos especialistas para sermos melhores pessoas e mais felizes é aprender a perdoar, revejo-me na seguinte frase:

"Perdoar verdadeiramente uma pessoa implica contemplar o dano a partir de uma certa distância, ao passo que esquecê-lo dificultaria bastante o processo." 

 Como Ser Feliz, A receita científica para a felicidade, Sonja Lyubomirsky.



Consigo perceber que as pessoas erram, eu inclusivé, consigo recordar-me dos bons momentos e acho que até perdoei mas o facto é que não lhe consigo "tocar".


Actividades para a Felicidade



"Actividade para a Felicidade N.º 1:  Expressar gratidão.
Actividade para a Felicidade N.º 2: Cultivar o optimismo.
Actividade para a Felicidade N.º 3: Evitar pensar demasiado e evitar a comparação social.
Actividade para a Felicidade N.º 4: Praticar a generosidade.
Actividade para a Felicidade N.º 5: Cuidar das relações sociais.
Actividade para a Felicidade N.º 6 : Desenvolver estratégias para enfrentar.
Actividade para a Felicidade N.º 7 : Aprender a perdoar.
Actividade para a Felicidade N.º 8 : Aumentar as experiências de fluxo.
Actividade para a Felicidade N.º 9 : Saborear as alegrias da vida.
Actividade para a Felicidade N.º 10 : Comprometer-se com os objectivos.
Actividade para a Felicidade N.º 11 : Praticar a religião e a espiritualidade.
Actividade para a Felicidade N.º 12 : Cuidar do Corpo (Meditação / Actividade Física)."

Como Ser Feliz, A receita científica para a felicidade
de Sonja Lyubomirsky
Depois de vários estudos, ao longo dos anos os cientistas conseguiram comprovar que 40 % das probabilidades de sermos felizes estão nas nossas mãos através de actividades intencionais que consigamos por em prática em prol de sermos mais felizes. Sendo que 10% das probabilidades de sermos felizes são atribuídas às circunstâncias ou condições ambientais e 50% são atribuídas a valores de referência associados à hereditariedade. 
Finalizei recentemente mais um livro sobre a felicidade e o que me apraz dizer é que: raios a felicidade dá muito trabalho! Ou melhor ser felizes e por em prática certas actividades para a alcançar dá efectivamente trabalho. 
Este livro é fantástico a exemplicar as inúmeras actividades que podemos encetar para melhorar a qualidade dos nossos dias mas o mais maravilhoso, é a aceitação de que cada pessoa é diferente e cada actividade pode ou não resultar consoante a personalidade de cada um de nós, os nossos objectivos e a tenacidade que estamos dispostos a ter para que estas resultem. 
Finalizei mais um dos meus objectivos para ser mais feliz conhecer profundamente o que é, ou pode ser a felicidade. 
Precisamente no ano de 2011 iniciei uma viagem longa, complexa e profunda que ainda não terminou nem sei se alguma vez terminará.... Os motivos que me levaram a esta busca incessante foi a profunda decepção com pessoas a quem atribuía extrema importância. Cair bem fundo no abismo, só sem os alicerces basilares mais essenciais que sustentam a vida e a felicidade segundo diversos especialistas, o suporte social de amigos e pessoas queridas próximas. Foi uma decisão pessoal que me doeu e ainda dói mas acima de tudo me fez bem. Felizmente tenho ainda duas ou três pessoas amigas que verdadeiramente estão lá e pelas quais estou grata, tão grata. Foi importante para mim afastar as pessoas corrosivas mencionadas na literatura. As pessoas que eu pensava que estavam lá para mim mas afinal afundavam-me ainda mais. Sou uma pessoa complexa talvez menos feliz mas sou uma pessoa menos atacada e menos exposta à vulnerabilidade de ser magoada pelas pessoas de que mais gosto ou gostava. Esta verdade traz-me uma paz inabalável. Emocionalmente nunca soube analisar ou distinguir as pessoas que realmente gostavam de mim e estavam lá para mim de forma incondicional e mútua. Actualmente não tenho a possibilidade de encontrar esse tipo de pessoa que procuro para partilhar a vida. Não é que seja feliz sozinha mas este percurso tornou-me mais auto-suficiente e una. Continuarei a ler mais e a fazer formações sobre a felicidade porque isso me traz um tipo de felicidade e realização que me nutre.