Magoa-me cada vez que penso que nunca, nunca, por nunca ser puseste a hipótese de te render a um amor assim. Mas ensinaste-me algo muito importante. O não assumir compromissos significa que se valorizam as coisas. Que valorizas demais os sentimentos e por isso mesmo não podes negar o que te move, essa procura sem requisitos apenas o sentir. E essa meta, que se transfigura num sorriso, é idealista e bela. Aguardo que um dia me notifiques de que encontraste a inspiração desse sorriso mesmo que seja outrém a torná-lo possível. Para que um dia também eu possa acreditar que poderá existir tambêm para mim, uma vez que o sorriso que provocas em mim está condenado a ser apagado pela borracha do tempo, apesar de se desenhar espontâneamente vezes sem conta.
Olho para trás só mais uma vez... relembro e guardo tudo para levar comigo. Estou esgotada. Não suporto mais tanto desprezo. Não o mereço sobretudo, sabes que não. Todo ser humano tem limites. Todo o ser humano depois de tanta compreensão, tanta partilha, tantos momentos... Perdi-me em laços invisivéis aos quais não atribuis significado. Quebrei-me como as ondas na praia. Quebrei-me vezes sem conta, por acreditar em ti. E tu nunca acreditaste em mim, esse conflito será de todos o que mais custará a resolver dentro de mim. Dói, e tu não me abraças. Dói e tu não me cuidas. Dói, tu afastas-me e dói a dobrar. Dói e tu começas a esconder-te nas palavras. Dói e desejo em delirio, que seja apenas um pesadelo, e que o sonho esteja à espreita nas próximas horas. Estou em queda livre...