terça-feira, maio 03, 2011

Que caminhos?


A minha vida parou faz muito tempo. Quando deixei que pessoas importantes se afastassem. Quando não lhes dei o devido valor ou elas a mim. E é sempre reconfortante vê-las voltar aos poucos. Sorrir cá dentro e perguntar porque será que naquela altura não estive atenta às às suas necessidades, não fui uma amiga melhor e mais atenta. As amizades revelaram-se, os amores da adolescência fluíram e nenhum sobreviveu curiosamente.
Hoje tenho grandes amigas, amigos nem por isso, um ou outro que se podem contar com uma só mão mas estão tão longe, que me sinto isolada e privada do melhor do mundo que é a convivência.
Na minha vida profissional posso dizer que não tive um percurso muito linear, trabalhei com adolescentes, vários públicos, vários projectos, crianças e jovens novamente, adultos. E actualmente sinto um vazio incontrolável. Sinto que não tenho motivação nem vontade de seguir um objectivo e isso mata-me aos poucos. Está a corroer-me por dentro, ando sempre doente, indisposta, numa maré de azar imensa, numa tristeza profunda. Quando nos encontramos numa situação de desemprego todos tem algo a dizer, faz assim faz assado. É horrível porque as pessoas se sentem no direito de criticar, de dizer tudo e mais alguma coisa sem saberem sequer todo o trabalho que tenho todos dias a procurar informação, a procurar novas hipóteses, a procurar inspiração, vontade de me agarrar algo que me motive e inspire. As pessoas não entendem e, especialmente em tempo de crise, que se procure motivação, procura-se algo que tape um buraco e mais nada. Sinto que não fiz as melhores escolhas, estou a ver novas opções e novos caminhos e falta-me a confiança, a inspiração, a vontade de ir e perder-me, de arriscar. Sou uma pessoa que não conheço e sei que tenho tanto potencial ainda há pouco tempo me disseram isso, mas é como se um furacão tivesse passado e levado consigo todas as coisas boas que sempre me motivaram.