De repente nos 30. Que final de ano, que início de ano. Aprendemos a relativizar tudo. Ficamos felizes com as coisas simples. Ficamos magoados quando queríamos que de todas pessoas aquela estivesse ao nosso lado. Bate forte a emoção de saber quem de facto está o ano todo ao nosso lado. Haja saúde ou que pelo menos não hajam mais doenças debilitantes e impeditivas de ser e estar. A idade pesa, dói-me o corpo mas não tanto como me dói a não vida. Mas se conseguir dormir sem dores, é uma benção. Bombas, pomadas, gelo são tão efémeros perto de hospitalizações, fisioterapia intensiva ou catástrofes naturais. As prioridades mudam com a idade e as circunstâncias. O que não muda é que as aspirações de uma vida permanecem e isso mói mais que tudo.
"Cheguei a uma encruzilhada
Onde procurei abrigo por pouco tempo.
Mas, ao poisar a minha mochila e sacudir os sapatos para longe,
Reparei que ela era diferente de todas as encruzilhadas.
O ar deste sítio era morno, caloroso,
E tudo era permeado por uma espécie de vitalidade.
Quando me apresentei aos viajantes que ali estavam,
Não senti hesitação nem desânimo
Mas, ao invés, sinceridade e optimismo.
Vi nos seus olhos algo que não consigo nomear
Mas que me parecia muito familiar.
Neste lugar, todos juntos, partilhámos e encorajámos
E regozijámos na abundância da vida..."
Crossroads, Derrick Carpenter