O meu sentir não é igual ao teu. O meu mundo disperso é tão diferente do teu. A minha mente não estava sintonizada com o teu sentir naquele momento, naqueles momentos. Eu não sabia que sentias o que eu nunca entendi verdadeiramente. E quando percebi estava tão embrulhada numa história à procura de ser feliz que não percebi que passaram meses e anos de pequenos gestos que podiam ter sido interpretados de forma tão intensa. Deus, como sou tão obcecada com as vivências que me esqueço de tudo à minha volta. Peço que possas entender que nunca foi minha intenção magoar-te. A sério, acredita que não sou a mesma pessoa, a minha memória vai juntando pedaços e memórias que não consigo analisar de repente e, em momentos isolados, quando menos espero as coisas começam a fazer sentido. Sinto-me como se tivesse quebrado em pedaços sem entender bem como passaram os anos e o que aconteceu na jornada. Dói-me o coração só de pensar naquela frase, não importa o fim o que importa é a caminhada. Perdi a essência da caminhada, e o sentir-me uma tábua rasa é tão intenso que me esgota por si só a energia de sequer recomeçar a escrever uma nova caminhada. Deixo de estar alerta, deixo de ouvir, deixo de sentir, perco-me nas estradas secundárias sem conseguir distinguir ou sequer reconhecer a estrada principal. Mas não faz mal vou caminhando.