domingo, abril 30, 2006

Benção

Why was I smiling...

Se a partida se anuncia...

Num piscar de olhos ...

A contagem decrescente começou...

Não me deixes partir!

O fado da despedida toca incessantemente!

As lágrimas ecoam dentro de mim...

Coimbra será sempre o amor dos amores,

Dos dias das mil e uma cores!

sábado, abril 22, 2006

Hoje, acredito!

Hoje ondulei pelo dia sem saber bem porque o sentia derradeiramente nostálgico, não mudou nada e ao mesmo tempo parece que mudou de forma avassaladora. Cada dia parece um mês sem te sentir por perto, seja de que modo for.
Hoje acordei sem forças, mas estranhamente conformada. Acredito no amanhã, acredito no poder da força que hoje não sinto mas que amanhã me fará suportar mais um dia-mês.
Acredito que quando passar um mês-ano, sentirei um vazio incontrolável. Mas também acredito que esse vazio é meu-teu e nao será nunca preenchido por mais ninguém.
As pessoas que cruzam o mesmo caminho que nós e que nos marcam, ficam cá dentro não desaparecem e ainda bem que assim é. Hoje deambulei pela casa, num estado de ausência e de distracção. O trabalho é mais que muito, e nem sempre sinto forças para me dedidar a cem por cento mas a vontade de trabalhar hoje dominou-me e já adiantei algo. Amanhã logo se vê. Anoiteceu e hoje apetece-me quente, apetece-me cobertores e um bom filme. Hoje apetece-me sonhar com um amanhã diferente. Hoje apetece-me relembrar-te esquecendo-te, esquecer-te relembrando-te.
Cores e sabores, uma amálgama de sentires, uma névoa inspiradora, uma brisa suave do perfume estrelar, a pele morena e os cabelos despenteados ;) ...
Hoje, só hoje! Acredito!

sexta-feira, abril 21, 2006

O SORRISO





Creio que foi o sorriso,
O sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro,
Apetecia entrar nele, tirar a roupa,
Ficar nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
(...)

Eugénio de Andrade

quarta-feira, abril 19, 2006

Sísifo














Sísifo

Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia
e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga
Coimbra, 27 de Dezembro de 1977

domingo, abril 16, 2006

Serenata de amor


SERENATA


do It. serenata < sera, noite
s. f.,
concerto musical de noite, ao ar livre;
composição musical, graciosa, melodiosa e simples, mais ou menos análoga às trovas dos cantares antigos.
AMOR
do Lat. amore
s. m.,
viva afeição que nos impele para o objecto/a pessoa dos nossos desejos;
inclinação da alma e do coração;
objecto da nossa afeição;
paixão;
afecto;
Quando era pequena adorava estes bombons
Esta semana voltei a reencontrá-los depois de anos
Só agora percebo...
Só agora sei que desde pequena
Cresci na fantasia
Acreditei no amor
No romance
Na construção de afecto e ternura
AMOR E MÚSICA a combinação perfeita
Amar de facto é uma arte...
Cada um tem um estilo muito próprio...
Existem aqueles que pintam, pintam...
Com mil e uma cores
Até construir uma obra
Não uma obra perfeita mas uma obra
De amor
Eu sou assim pinto, moldo, crio, canto
Espontânea e desgovernada...
E existem aqueles que esperam
Pela inspiração
Que venha até eles
Com medo de não ser a obra perfeita
Com medo de não se dedicar o suficiente
Com medo de não sentir o suficiente
Como saberão se sentirão o suficiente
Se não se permitem sentir
Estes artistas admiro-os pela capacidade
De resistência, pelos dias de solidão
Pela fé em algo maior, mais profundo...
Devia ser obrigatório aprender a amar ...
Forrarmos o coração com papel estrelado
Para vivermos com alma os momentos azuis
E não os rejeitarmos...
Vivendo e não sofrendo por algo que virá..
Crescer e amadurecer é isso mesmo.

sábado, abril 15, 2006

Coração - Balão

Meu coração
Voou num balão
Que optaste por dessamarar
Da tua mão
Com a outra chamaste o vento
Empurraste-me com a razão,
Preocupação e então
Voei no desalento
Lutei contra a tempestade
Não queria perder a tua amizade
Foi mais forte que eu
Contive a respiração
Escondi-me numa nuvem
Mas as forças foram-se esgotando
E eu esvaziando
Fui esvaziando
Pouco a pouco
Lentamente
A dor é assim lentifica
Os momentos
Em tempos fui um coração-balão
Mas tu libertaste-me
Todos a quem amamos
Devemos deixar livres
O que aconteceu?
O amor que tinha no coração
Espalhou-se no céu
E choveu, choveu...
Seriam gotas de amor ???
Amor ...
De cada gota a cada rio,
De cada rio a cada mar,
O amor balão...
Explodiu
E o meu coração?
Que é feito dele?

quarta-feira, abril 12, 2006

Onda

Hoje acordei de bem com a vida. Apesar de não seres meu... estás comigo, caminhas a meu lado porque te envolvo sempre nos pensamentos e porque adoçicas os meus dias de azul.
Talvez ande iludida como dizes... talvez! Mas também sou teimosa, talvez por isso sofra tanto... mas a parte positiva é que também talvez por isso ame tanto, te ame tanto. E hoje acordei com vontade de te amar ainda mais, porque me orgulho do modo como te amo. Não devia eu sei, ou talvez deva. É complexo ... doce e amargo. Intenso e ténue. (Im) possível!
Quanto mais penso sobre o passado e o futuro mais tenho certezas de que és o meu presente em todos os sentidos da palavra.
És de todos o mais próximo do que sempre quis para mim, é claro que ainda tenho muito por descobrir... e nem sei algum dia o farei por pouco que seja ou se me presentearás...
Hoje apetece-me chocolates, apetece-me algo adocicado, crocante, sensual, sabores distintos, apetece-me saborear-te, percorrer-te devagarinho... palmilhar cada quadradinho, trincar-te levemente... até te desfazeres em pedaços e ouvir-te estalar de prazer... Apetece-me sonhar... apetece-me ter fé...
Amanhã não sei como será... Porque o amanhã é incerto e nem sempre possuo forças que me alimentam este sentimento que insiste em manter acesa uma chama que acendeste mesmo que insconcientemente... Como eu queria ter o poder de te incendiar... mas eu sou insana!
Se pudesse raptava-te neste exacto momento e levava-te até à praia, mostrava-te o mar, a areia, como se nunca os tivesses visto, como se nunca lhes tivesses tocado, como se nunca tivesses sentido o perfume da brisa do mar, mostrava-te o som das ondas que são as minhas heroínas, apesar de continuamente se quebrarem nos rochedos ganham sempre forças para recomeçarem e voltarem a ser uma onda perfeita, umas conseguem outras não... mas não desistem...
Juro-te que te mostrava tudo pela primeira vez ... seria um momento louco só nosso e sabes porquê?
Porque nunca viste o mar comigo, nem eu contigo... e seria a primeira vez!


domingo, abril 09, 2006

sábado, abril 08, 2006

Viver
















"À espera de esperar viver nunca se vive"

André-Comte Sponville

Fragmentos
















Mal saíste por aquela maldita porta
Fiquei inundada por um vazio incontrolável
Uma dor forte, uma dor agonizante
Voltaste várias vezes atrás
E eu apenas desejei naquele momento
Que me abraçasses e não partisses
Como num filme com um final feliz
Mas não! Não foi isso…

A porta ficou aberta quando te perdi de vista
Senti um impulso de sair e ver-te partir
Mas proibi-me de nos massacrar
Finquei os pés no chão e
Num gesto irritado empurrei a porta
Que com o vento imediatamente se fechou
E caí, caí sem forças… sem ti!

Vieste insano e partiste
Desta vez não na madrugada
Mas no final da tarde madrasta
O teu olhar atraía-me
Mas também tu tiveste necessidade
De te afastar, de te acautelar
Não fossemos nós dois insólitos
No espaço e no tempo
A olhar um para o outro
Sem soluções apenas sonhos

Os meus carinhos mais uma vez
Não foram retribuídos
Mantiveste-te imóvel e estático
Movimentando as mãos e o olhar
Um olhar desapontado comigo
Um olhar surpreso por
Algumas coisas que te dizia

Jamais tive intenção
De te dissuadir dos teus sonhos
Dos teus ideais, dos teus verdadeiros
Sentimentos escondidos nesse teu mundo
Que ninguém desperta
Que te aprisionam
E te afastam de mim
Como eu queria que te libertasses
Ter o poder de libertar-te desse teu mundo
Com uns pós mágicos
E conceder-te esse desejo profundo e tão bonito
Que tanto idolatras
Como eu desejava…

O sonho, as expectativas
São tão sadias mas tão malvadas
Utopia do que um dia podíamos ter sido
Massacre do que nunca chegamos a ser

Aqui estou sem ti

Em fragmentos azuis
Fragmentos de momentos
Estilhaçados pela vida
Mas contigo
Sempre …