sábado, abril 08, 2006

Fragmentos
















Mal saíste por aquela maldita porta
Fiquei inundada por um vazio incontrolável
Uma dor forte, uma dor agonizante
Voltaste várias vezes atrás
E eu apenas desejei naquele momento
Que me abraçasses e não partisses
Como num filme com um final feliz
Mas não! Não foi isso…

A porta ficou aberta quando te perdi de vista
Senti um impulso de sair e ver-te partir
Mas proibi-me de nos massacrar
Finquei os pés no chão e
Num gesto irritado empurrei a porta
Que com o vento imediatamente se fechou
E caí, caí sem forças… sem ti!

Vieste insano e partiste
Desta vez não na madrugada
Mas no final da tarde madrasta
O teu olhar atraía-me
Mas também tu tiveste necessidade
De te afastar, de te acautelar
Não fossemos nós dois insólitos
No espaço e no tempo
A olhar um para o outro
Sem soluções apenas sonhos

Os meus carinhos mais uma vez
Não foram retribuídos
Mantiveste-te imóvel e estático
Movimentando as mãos e o olhar
Um olhar desapontado comigo
Um olhar surpreso por
Algumas coisas que te dizia

Jamais tive intenção
De te dissuadir dos teus sonhos
Dos teus ideais, dos teus verdadeiros
Sentimentos escondidos nesse teu mundo
Que ninguém desperta
Que te aprisionam
E te afastam de mim
Como eu queria que te libertasses
Ter o poder de libertar-te desse teu mundo
Com uns pós mágicos
E conceder-te esse desejo profundo e tão bonito
Que tanto idolatras
Como eu desejava…

O sonho, as expectativas
São tão sadias mas tão malvadas
Utopia do que um dia podíamos ter sido
Massacre do que nunca chegamos a ser

Aqui estou sem ti

Em fragmentos azuis
Fragmentos de momentos
Estilhaçados pela vida
Mas contigo
Sempre …