"And I want to be held down. I don't know what to do with the horrifying freedom that can destroy me."
Clarice Lispector
Os dias azuis são e serão sempre dias felizes. Se não fossem os dias azuis eu não seria quem sou...
quinta-feira, outubro 28, 2010
terça-feira, outubro 19, 2010
Emoção
É com imensa emoção que fico quando a vida me presenteia e permite a partilha de finais felizes de pessoas que tanto são importantes para nós. Existem conversas no tempo e no espaço, vivências que para sempre ficarão gravadas nas nossas memórias e nas ruas de Coimbra.
Saber e sentir que existem valores, sentimentos, emoções, a partilha desses momentos e que se concretizam é o maior dos privilégios. Assistir aos momentos felizes, à caminhada, a uma luta e saber que valeu a pena. Não existem palavras para descrever apenas um sentimento genuíno de pura felicidade. Um momento de lágrima ao canto do olho. A felicidade conquista-se é bem verdade. E para aqueles que a conquistaram, que tenham a boa sorte de a saber preservar e manter. Façam o favor de ser muito felizes!
sexta-feira, outubro 15, 2010
Inspiração
Sinto uma tremenda responsabilidade e respeito pelas pessoas adultas que acompanho na minha profissão. Hoje num momento de recta final, emocionei-me pela inspiração que me deram, pelo alento e esperança. Leio todos dias histórias de vida, com cada lição e penso muito nas pessoas. E como lutam para chegar onde chegaram e como continuam a lutar. Dos temas mais focados hoje foi a aposta na formação na progressão da escolaridade e na aposta da formação contínua.
Hoje senti uma compulsão e uma vontade tremenda de deixar tudo aqui e agora e ir fazer mais formação. Penso muito nisso, com os meus botões é me intrínseco causa-me estranheza sentir-me parada. Quero evoluir,crescer, aprender. Especializar-me em vertentes do foro social e da psicologia quem sabe. Preciso de encontrar novo rumo não tarda. Ando a espreitar o exterior. Preciso de vida, novos horizontes, quem sabe uma viagem por uns meses e uma formação. O útil e o agradável. Também já pensei em ir uns meses fazer voluntariado para fora, sentir-me verdadeiramente útil, fazer a diferença. Ou talvez comece só por fazer voluntariado cá, algures num sitio que me motive. Ando à procura... Quero muito maiiiiiiiiiiiiis!
quarta-feira, outubro 13, 2010
Far inside
I resigned
From myself
Took a break
As someone else
It's like i've come undone
And i've only just become
Inflatable for you
(...)
I don't mind
Most of the time
But you push me so
Far inside
From myself
Took a break
As someone else
It's like i've come undone
And i've only just become
Inflatable for you
(...)
I don't mind
Most of the time
But you push me so
Far inside
Bush, Inflatable
segunda-feira, outubro 11, 2010
True Story
Este fim de semana aconteceu-me algo de muito inesperado que me deixou a pensar e muito. Estava sentada à espera, perdida nos meus pensamentos quando senti alguém a cruzar um olhar com o meu. A pessoa dirigiu-se a mim, atendeu-me com uma gentileza inexplicável, massajou-me a cabeça de forma não usual e delicada. Conversou comigo e o tema acabou por ser a qualidade de vida, não falei muito. Ando sempre muito distraída e absorta num mundo paralelo, muitas vezes falam para mim e não estou lá e nem ouço, como se desligasse o botão espontâneamente. Facto que me leva a ser constantemente criticada pelos meus familiares e que já me causa muito mau estar. Mas voltando ao assunto anterior falámos e senti uma empatia enorme da parte da senhora. Disse-me simplesmente que estarmos vivos era a maior bênção que existe e que o devíamos agradecer todos os dias. Pode parecer demasiado banal ou simples o que ela disse mas o contexto foi tão idiossincrático que me deixou paralisada. Ainda estive para continuar a conversa e dizer que de facto quando a saúde afecta as pessoas que nos são mais próximas e queridas, e quando põe em causa o bem estar básico das pessoas de facto, é uma bênção estar bem, de boa saúde e vivos. Mas a conversa não ficou por aqui, ela disse-me ainda que estarmos bem connosco mesmos é a maior das riquezas, a confiança faz-nos sentir pessoas com auto estima elevada. E agora pensando bem estava na cabeleireira. Mas estas palavras sábias perfuram-me e ficaram a ecoar. Como se tivesse contactado com um monge sábio e ele me estivesse a transmitir o maior dos seus segredos e sabedoria. Contei hoje é minha irmã e ela disse tu realmente pensas em cada coisa, és uma tolinha. Talvez... Para a próxima já não conto nada. Serei eu assim uma pessoa que vê o que não existe? Sente e interpreta diferente? E será que o facto de ser assim me afasta da vida?
Momentos delicodoces...
Ouvi no outro dia alguém dizer que sabemos que estamos apaixonados quando essa pessoa entra no messenger e nos nossos rostos sentimos aquele sorriso fácil e sincero, e a voz baixinho cá dentro a dizer: estás aí! Quando o coração palpita, o nervosismo cresce, a ansiedade aumenta. Perdeu-se o romantismo dos gestos antigos, a tentativa de demonstrar o que se sente através de flores ou outras surpresas mais românticas e apaixonadas. Ganhou-se a proximidade a tempo inteiro mesmo que virtual. Mas quando o sorriso nasce de forma espontânea dentro de nós desta forma sempre, quando já não é a paixão que fala é a ternura de tropeçar em alguém que nos é querido. Confesso que sinto saudades do get physical, de roubar um abraço sentido, de roubar um sorriso com um gesto ou carinho. Será que as pessoas se tornam mais frias e conseguem viver sem estas representações palpáveis e tão saudáveis, ou será uma necessidade dos tempos mais modernos e as pessoas deixam de se manifestar pessoalmente não só por motivos de distância (física e emocional)? Fiquei lá atrás no espaço intemporal e imaterial em que o sorriso espontâneo não se esgota, não posso pensar na frieza dos afectos, não posso pensar que continuo apaixonada pelas pessoas, sei que vejo uma luz e quero olhar para a luz, a verdadeira essência dos momentos delicodoces e ficar dentro deles como que numa bola de sabão que não vai rebentar. Isso não, ninguém me pode tirar. E se as pessoas são ou deixam de ser espontâneas e sinceras, não faz mal. Todos temos aqueles pensamentos mais íntimos que simplesmente não vamos partilhar... mas sei, sinto cá dentro que os trago comigo. E as vezes estes pensamentos saltam de trampolim em trampolim ou não fosse a vida complexa e precisar de ser agitada de vez em quando. Está quase, vem aí em breve nova fase de mudanças.... aqui vou eu outra vez. E como queria que fosse finalmente a mudança que tanto preciso. Subir para aquele patamar a alguns níveis. Chamemos-lhe o patamar da estabilidade. Mas pensando bem será que existe tal coisa??
domingo, outubro 03, 2010
Against erasing....
Quando chegamos a uma altura na vida em que temos que deixar de ouvir determinadas músicas porque vão para além do que podemos aguentar, sabemos que muita coisa tem que mudar. Não consigo ouvir aquela música. A sua beleza transformou-se na lágrima que irei segurar quando a ouvir. Mas sabemos sobretudo que existem sentimentos que simplesmente não temos o dom de apagar ou evitar. Cada vez mais me apercebo do que as pessoas tentam apagar para conseguirem continuar em frente. No fundo sei que algures no tempo, naquele microsegundo em que deitam a cabeça para dormir, pestanejam porque também se lembram.
Mas por cada dia que o evitarem cada vez mais e durante menos tempo pensarem é mais fácil, as probabilidades que desapareça aquela memória talvez seja mais fácil. Mas e aqueles que não querem esquecer? Aqueles que fazem por lembrar porque sim, porque a vida não se apaga. Porque a dor existe e temos que avançar através da sua aceitação? Será justo todo o sofrimento? Será justo sentir-se que as pessoas não são as mesmas ou agem como se não fossem aquela que um dia nos abraçou forte e chorou no nosso colo. Será justo que a partilha e a cumplicidade deixe de existir apenas porque sim? Para além das relações amorosas somos pessoas, seres vivos sensíveis, que partilhamos momentos e vidas e que crescemos juntos. Serão as pessoas tão frias, para seguirem em frente como se as pessoas deixassem de existir? Neste mundo das relações todos temos muito a aprender, crescemos, tornamo-nos pessoas melhores, pelo menos alguns de nós tentamos. Saberemos que crescemos e somos pessoas melhores quando já não doer o convívio ou a ausência. Quando guardarmos apenas o que é bom de guardar, quando soubermos juntar os pedacinhos, olhar para trás e dar a mão a quem um dia nos deu o seu mundo e partilhou cada dia de forma única, nem
que fosse por momentos. Ou não, será utopia? Inocência? So hard to find?
que fosse por momentos. Ou não, será utopia? Inocência? So hard to find?
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