Ouvi no outro dia alguém dizer que sabemos que estamos apaixonados quando essa pessoa entra no messenger e nos nossos rostos sentimos aquele sorriso fácil e sincero, e a voz baixinho cá dentro a dizer: estás aí! Quando o coração palpita, o nervosismo cresce, a ansiedade aumenta. Perdeu-se o romantismo dos gestos antigos, a tentativa de demonstrar o que se sente através de flores ou outras surpresas mais românticas e apaixonadas. Ganhou-se a proximidade a tempo inteiro mesmo que virtual. Mas quando o sorriso nasce de forma espontânea dentro de nós desta forma sempre, quando já não é a paixão que fala é a ternura de tropeçar em alguém que nos é querido. Confesso que sinto saudades do get physical, de roubar um abraço sentido, de roubar um sorriso com um gesto ou carinho. Será que as pessoas se tornam mais frias e conseguem viver sem estas representações palpáveis e tão saudáveis, ou será uma necessidade dos tempos mais modernos e as pessoas deixam de se manifestar pessoalmente não só por motivos de distância (física e emocional)? Fiquei lá atrás no espaço intemporal e imaterial em que o sorriso espontâneo não se esgota, não posso pensar na frieza dos afectos, não posso pensar que continuo apaixonada pelas pessoas, sei que vejo uma luz e quero olhar para a luz, a verdadeira essência dos momentos delicodoces e ficar dentro deles como que numa bola de sabão que não vai rebentar. Isso não, ninguém me pode tirar. E se as pessoas são ou deixam de ser espontâneas e sinceras, não faz mal. Todos temos aqueles pensamentos mais íntimos que simplesmente não vamos partilhar... mas sei, sinto cá dentro que os trago comigo. E as vezes estes pensamentos saltam de trampolim em trampolim ou não fosse a vida complexa e precisar de ser agitada de vez em quando. Está quase, vem aí em breve nova fase de mudanças.... aqui vou eu outra vez. E como queria que fosse finalmente a mudança que tanto preciso. Subir para aquele patamar a alguns níveis. Chamemos-lhe o patamar da estabilidade. Mas pensando bem será que existe tal coisa??