segunda-feira, outubro 11, 2010

True Story


Este fim de semana aconteceu-me algo de muito inesperado que me deixou a pensar e muito. Estava sentada à espera, perdida nos meus pensamentos quando senti alguém a cruzar um olhar com o meu. A pessoa dirigiu-se a mim, atendeu-me com uma gentileza inexplicável, massajou-me a cabeça de forma não usual e delicada. Conversou comigo e o tema acabou por ser a qualidade de vida, não falei muito. Ando sempre muito distraída e absorta num mundo paralelo, muitas vezes falam para mim e não estou lá e nem ouço, como se desligasse o botão espontâneamente. Facto que me leva a ser constantemente criticada pelos meus familiares e que já me causa muito mau estar. Mas voltando ao assunto anterior falámos e senti uma empatia enorme da parte da senhora. Disse-me simplesmente que estarmos vivos era a maior bênção que existe e que o devíamos agradecer todos os dias. Pode parecer demasiado banal ou simples o que ela disse mas o contexto foi tão idiossincrático que me deixou paralisada. Ainda estive para continuar a conversa e dizer que de facto quando a saúde afecta as pessoas que nos são mais próximas e queridas, e quando põe em causa o bem estar básico das pessoas de facto, é uma bênção estar bem, de boa saúde e vivos. Mas a conversa não ficou por aqui, ela disse-me ainda que estarmos bem connosco mesmos é a maior das riquezas, a confiança faz-nos sentir pessoas com auto estima elevada. E agora pensando bem estava na cabeleireira. Mas estas palavras sábias perfuram-me e ficaram a ecoar. Como se tivesse contactado com um monge sábio e ele me estivesse a transmitir o maior dos seus segredos e sabedoria. Contei hoje é minha irmã e ela disse tu realmente pensas em cada coisa, és uma tolinha. Talvez... Para a próxima já não conto nada. Serei eu assim uma pessoa que vê o que não existe? Sente e interpreta diferente? E será que o facto de ser assim me afasta da vida?