É incrível como me agarro a ti, como não te quero deixar partir. Como me afecta o quanto não estás ao meu lado. O quanto me consegues ser indiferente. Quero tanto conseguir deixar-te ir, aceitar. Quero aceitar e sentir-me em paz. Quando consigo sentir-me em paz de repente a minha mente arranja uma forma de me fazer sentir em permanente conflito, razões que a própria razão desconhece. E então luto, envolvo-me numa teia comigo mesma e com as minhas convicções. Faço-me acreditar que existe sempre a possibilidade de as pessoas serem melhores, iludo-me com a capacidade de diferenciar as pessoas e a capacidade de serem humanas e sensíveis. E, na maioria das vezes não percebo que sou eu que tenho uma sensibilidade extrema face aos acontecimentos. É como se acreditasse que as pessoas ao passarem por mim jamais me poderão magoar porque o que vivemos assume proporções imensas de uma pureza que me faz suspirar... Sou tão pretensiosa, sou tão pequenina, sou tão eu. E então ando neste zig, zag exaustivo e perpetuo o ciclo vicioso vezes sem conta. Um dia acordo e estou bem comigo, consigo equilibrar as pensamentos, abster-me de acreditar que algo vai mudar... e existe uma paz nisso, uma paz que nos faz não ter expectativa e absorver os dias simples. Outro dia, acordo com uma angústia tremenda, um fervilhar de emoções e sentimentos que me arrastam e fazem agir e talvez afastar-te ainda mais de mim só por te querer aqui cada vez mais a cada dia.