sexta-feira, abril 13, 2012

Raio-x da alma


Passada a Páscoa, limpezas, o leitão, bolos, sobremesas e as amêndoas. Sossego. Dores. Noites mal dormidas. Diagnóstico por determinar. Ecografia e raio-x. Medicamentos. E uma sensação de inutilidade. Preciso de um braço direito sem metáfora e também a metáfora. O quanto uma mão direita é importante ... A mesma conversa de sempre bolsas, entrevistas, candidaturas. Rotina. Quero sentar-me no teu colo e dormir um sono tranquilo. Quero acordar com garra para a vida. Depois de muito tempo a olhar para dentro por uns 2ou 3 meses descurei um pouco das leituras da alma pois a memória estava a sucumbir com tanta leitura. E a mente já não aguentava perceber tantas questões, é que isso do perceber leva-nos a outra questão, à dissonância cognitiva. Eu sei o que faz mal, mas não é por o saber que o deixarei de fazer. Tanto a nível psicológico como físico. É que eu gosto mesmo de chocolate. Preciso de ter novamente forças para me cuidar e mimar. Preciso de não me negligenciar mais. Preciso de voltar à minha amiga eliptica e voltar a fazer as minhas caminhadas. Preciso muito, para lá de muito. Vontade e força anímica zero! Motivos para levantar a cabeça da travesseira zero! Esta semana um momento que me fez sorrir. Bonito, doce. De uma pessoa que não esperava mas alguém que viverá nas profundezas da ternura. Os meus amores adoram vir buscar mimos junto de mim. Mesmos os que partem e ficam para sempre. E é bonito que assim seja, mesmo que o mimo seja uma palavra, um conselho, um esclarecimento do passado. A percepção de quem fomos para alguém pode revelar muito sobre a nossa personalidade e fazer-nos pensar. Esta semana sei que fui muito especial para alguém e existem palavras-chave, códigos especiais que só nós dois é que saberemos. E a ternura de sentir esse sorriso especial, vale muito. A sabedoria das vivências e dos afectos transborda quando aprendemos a guardar as coisas boas. Valeu a pena relembrar, o quanto é importante guardar o que é bom, ou foi bom.