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Deixa em teu rosto minhas mãos carentes
E sente como estão húmidas de amor,
E que na brevidade do calor,
Dizem palavras mudas-eloquentes.
São mãos querendo desesperadamente carícias
Que um tempo sem candor levou, e, que despidas de pudor
Procuram por lembranças já dormentes.
Se a lua faz-se bola de cristal,e vagalumes beiram o luar,
Elas se aquecem em teu brilho banal.
Deixa teu rosto de pedra sonhar
Que minhas mãos são jorros d'agua e sal
Que caem sobre ti com sons de mar...
Rosa Clement, 2001