…X que gostava de Y que gostava de Z…
A complexidade que este mundo nos habitua faz-me reflectir sobre a ironia dos acontecimentos e dos papéis que vamos assumindo. Um dia amantes outro dia amados. Mas dificilmente existe reciprocidade. Esse é um privilégio de poucos. Para aquela percentagem reduzida de privilegiados que tem a boa sorte de encontrar aquele ser e de partilhar com ele o que mais de profundo, belo e humano existe. Amor, aquela palavrinha que nos faz chorar e sorrir ao mesmo tempo quer seja de alegria profunda quer seja de tristeza devastadora. Quando não nos sentimos completos, o vazio é imenso, é difícil caminhar sozinho sem a pessoa especial lado a lado. Difícil, doloroso mas não impossível. Todos procuramos a designada soul mate ou não este termo é discutível. Até encontrar the one, o que fazer … quando de facto o tempo passa e o vazio permanece, quando achamos que não temos forças… ou quando quase desistimos de acreditar que essa pessoa existe algures tal como sonhamos e acreditamos? Qual o caminho a seguir? A teoria do amor aprendido por mais que me digam que não funciona não acredito. Acho que é uma meia verdade. Aprende-se a amar! Não me digam que não… mesmo que seja inconscientemente. Agora que me digam que é difícil por si só, aí sim compreendo. É preciso que existam um conjunto de factores como afinidades, motivos e sobretudo vontade. Sim, eu sei que o amor espontâneo como lhe chamo em oposição ao aprendido é mágico, nos faz sentir donos do mundo e com forças para vencer tudo e todos. É simplesmente indescritível. Vamos buscar uma força a algures, todos os deuses conspiram a nosso favor. Não existem palavras. E é por isso que tanto admiro as pessoas que esperam the one, que acreditam que um dia acordam e alguém muito especial cruza o seu caminho. Mas o que fazer mais uma vez enquanto essa pessoa não chega? Um dia li uma frase que dizia algo: vais conhecer muitas pessoas erradas até conheceres a certa. Acredito que a felicidade se constrói, acredito que apesar de ainda não termos encontrado the one, que podemos ser felizes mesmo que momentaneamente. Mas as pessoas não vêem bem este tipo de envolvimento momentâneo. Mas se eu posso ser feliz por pouco seja porque não arriscar? Porque as pessoas se envolvem e criam elos? Porque as pessoas sofrem mais?