domingo, setembro 17, 2006

Nuvens no outono




Entraste na casa do meu corpo,
Desarrumaste as salas todas
E já não sei quem sou, onde estou.
O amor sabe. O amor é um pássaro cego
Que nunca se perde no vazio.

Tu
Que não cabes em casa nenhuma
Tu
Que vais leve como as nuvens no outono
Habitas em mim e ouço
O teu perfume a tua
Respiração
Nas rosas que se abrem
E dissipam
No meu poema.


Casimiro Brito