sábado, setembro 05, 2009

Confessionário






Com o tempo a passar e nas minhas incursões e reflexões pessoais existem preocupações ou melhor problemas que me perseguem que se acentuaram nos últimos 3 anos. A minha memória foi severamente afectada, a sério que sim! E tudo causado pelo stress e ansiedade que se intensificaram vertiginosamente. Recentemente tenho sentido na pele o peso deste descontrolo que se começa a manifestar constantemente em problemas do foro fisiológico. Não suporto atrasar-me para o que quer que seja, gera-me níveis de mau-estar e ansiedade que me perturbam sériamente. Sei que não era a pessoa que sou hoje. Sei que era uma jovem com angustias e problemas como todas mas sentia-me mais livre e mais independente do que hoje sinto, sobretudo era mais feliz. Apesar de na prática actualmente ser duplamente mais independente do que naqueles tempos de faculdade. O ponto alto dos meus dias é ver uma criança com alguns níveis de deficiencia cognitiva evidentes divertir-se, sorrir, brincar, abraçar, cantar com uma energia quase que inesgotável, mexe comigo, emociona-me simplesmente a satisfação com que se alimenta. Não me sinto realizada no campo profissional mas também já dei voltas e voltas e não consigo afirmar com certezas o que gostaria de fazer profissionalmente para poder estabelecer metas e lutar por elas. Nunca me imaginei nesta situação, sempre soube ou tive definidas àreas de interesse ou pelo menos pensava que sim. No campo emocional nunca fiz as escolhas mais acertadas, vivi demasiado e exclusivamente para pessoas que me decepcionaram, mas fui feliz e isso é inegável. Isolei-me pela necessidade de paz na minha vida, não suporto discussões, nem gritos, depois de acumular e atingir os limites da paciência, vivo melhor só e em paz. E nada supera a importância da tranquilidade apesar da solidão. Hoje sou uma pessoa que os meus familiares definem como esquisita, complicada e demasiado exigente, nada me satisfaz, não suporto a falta de educação que constatemente observo em algumas pessoas, a falta de escrupulos, a lata que manifestam para satisfazer os seus desejos prejudicando os outros, o abuso, a falta de respeito para com o outro. E irrita-me ser educada ao ponto de me calar e não dizer isto na cara das pessoas. Gostava de ser mais assertiva correndo o risco de ser demasiado exigente ou esperar mais das pessoas e ser interpretada como uma pessoa agressiva. E pronto já me alonguei, falei demais não importa são quase 3 da manhã e estou de turno, vale tudo para passar tempo até à próxima ronda. Lição do mês: Comigo é sempre oito ou oitenta. Uma pessoa passa meses a fio desocupada, mas quando volta ao activo o tempo esgota-se. E não percebo bem esta minha vida desequilibrada, ou o que a vida me reserva mas parece inacreditável ter que trabalhar tanto para ser tão mal paga. Dinheirinho suado! Nem todos têm a mesma sorte mas parece-me numa análise talvez egoista e narcisica que alguém se esqueceu de mim.