quinta-feira, setembro 17, 2009

Nunca estamos felizes com o que temos ...




As loiras gostavam de ser morenas, as morenas gostavam de ser loiras (algumas pelo menos) as de cabelo liso gostavam encaracolado, as de cabelo encaracolado gostavam de ter liso. Futilidades à parte, querer ou exigir mais é uma condição sine qua non essencial a meu ver! Lembro-me das aulas de filosofia do 10º ano a frase era algo como "o ser humano é um ser inacabado sempre em mutação". E na altura deixou-me a pensar no quão sábia era esta frase, marcou-me tanto que ainda hoje me lembro. Estas coisas da memória selectiva e significativa são giras... um dia gostava de estudar mais sobre isso. Adiante... normalmente em alturas ou momentos significativos como os aniversários, o natal, a passagem de ano em que fazemos contas à vida muitos de nós pelo que me quer parecer... olhamos para dentro, bem fundo e ou estamos bem conosco próprios ou sentimos aquele vazio incontrolável que mói... por não nos sentirmos realizados quer ao nível profissional, quer ao nível emocional/pessoal, quer ao nível social. Pois bem... quer-me parecer e depois de uma conversa com uma grande amiga via online, que de facto a passagem da adolescência para a adultez e da adultez para o mundo do trabalho são as maiores aprendizagens e desafios. A minha querida mãe diz-me vezes sem conta será que nunca aprendes que nunca em nenhum trabalho as pessoas estão verdadeiramente bem e satisfeitas??? Pois é dura esta realidade mãezinha, não não quero acreditar nisso. Quero pensar e acreditar que algures no tempo e no espaço por muito que pene até lá chegar me vou sentir realizada. Só porque sim, só porque quero gostar do que estiver a fazer um dia. Só porque sim, é bonito, me faz sorrir e sentir bem. A outra face da questão é sobreviver ao sofrimento diário que o percurso até lá constitui, a bendita espera, a luta diária, a rotina estupidificante, o suor e lágrimas, as ausências presentes sempre a vaguear. A vida a passar por um canudo sem luz no outro lado do buraco. A falta de sensibilidade das pessoas, as criticas, as invejas e a falta de amor genuino, incondicional e correspondido. Do alto da minha solidão, admiro as pessoas que se satisfazem com o pouco que têm e às vezes é mesmo isso tão pouco e o suficiente para lhes dar força e ânimo e mais surpreendentemente dizer que são felizes sem um rasgo de mentira à vista. Toca-me, emociona-me... mexe com o que de mais humano e sensível existe mas para mim não serve.

Pronto agora vou ali fazer uma lista das coisas boas para fazer na folga, caso consiga sair da cama a horas decentes para aquelas coisas que os humanos chamam de centros comerciais e afins estarem abertas e me sentir capaz de me deslocar com o bolinhas a algures num raio de 50 km de casa para não sentir um friozinho no estomago e não ir a correr acabar no sofá a vegetar e adormecer outra vez como é o mais provável.