As loiras gostavam de ser morenas, as morenas gostavam de ser loiras (algumas pelo menos) as de cabelo liso gostavam encaracolado, as de cabelo encaracolado gostavam de ter liso. Futilidades à parte, querer ou exigir mais é uma condição sine qua non essencial a meu ver! Lembro-me das aulas de filosofia do 10º ano a frase era algo como "o ser humano é um ser inacabado sempre em mutação". E na altura deixou-me a pensar no quão sábia era esta frase, marcou-me tanto que ainda hoje me lembro. Estas coisas da memória selectiva e significativa são giras... um dia gostava de estudar mais sobre isso. Adiante... normalmente em alturas ou momentos significativos como os aniversários, o natal, a passagem de ano em que fazemos contas à vida muitos de nós pelo que me quer parecer... olhamos para dentro, bem fundo e ou estamos bem conosco próprios ou sentimos aquele vazio incontrolável que mói... por não nos sentirmos realizados quer ao nível profissional, quer ao nível emocional/pessoal, quer ao nível social. Pois bem... quer-me parecer e depois de uma conversa com uma grande amiga via online, que de facto a passagem da adolescência para a adultez e da adultez para o mundo do trabalho são as maiores aprendizagens e desafios. A minha querida mãe diz-me vezes sem conta será que nunca aprendes que nunca em nenhum trabalho as pessoas estão verdadeiramente bem e satisfeitas??? Pois é dura esta realidade mãezinha, não não quero acreditar nisso. Quero pensar e acreditar que algures no tempo e no espaço por muito que pene até lá chegar me vou sentir realizada. Só porque sim, só porque quero gostar do que estiver a fazer um dia. Só porque sim, é bonito, me faz sorrir e sentir bem. A outra face da questão é sobreviver ao sofrimento diário que o percurso até lá constitui, a bendita espera, a luta diária, a rotina estupidificante, o suor e lágrimas, as ausências presentes sempre a vaguear. A vida a passar por um canudo sem luz no outro lado do buraco. A falta de sensibilidade das pessoas, as criticas, as invejas e a falta de amor genuino, incondicional e correspondido. Do alto da minha solidão, admiro as pessoas que se satisfazem com o pouco que têm e às vezes é mesmo isso tão pouco e o suficiente para lhes dar força e ânimo e mais surpreendentemente dizer que são felizes sem um rasgo de mentira à vista. Toca-me, emociona-me... mexe com o que de mais humano e sensível existe mas para mim não serve.
Pronto agora vou ali fazer uma lista das coisas boas para fazer na folga, caso consiga sair da cama a horas decentes para aquelas coisas que os humanos chamam de centros comerciais e afins estarem abertas e me sentir capaz de me deslocar com o bolinhas a algures num raio de 50 km de casa para não sentir um friozinho no estomago e não ir a correr acabar no sofá a vegetar e adormecer outra vez como é o mais provável.