sábado, fevereiro 25, 2006

16 Dezembro


As árvores despidas de folhas. E ao fundo os carros frenéticos como balas de fogo em todas as direcções, cada uma têm um nó, que conduz ao restante braço que se eleva ao céu. Todas as árvores parecem estar de braços erguidos à espera de uma bênção que virá de algures acima. Algo que paira no ar, uma magia sublime que as proteja do frio do Inverno que aí vem e as seca, retirando-lhes a vida a cada rajada de vento e de frio cortante.
E aqui estou eu não de braços erguidos, mas igualmente despida de folhas, de vida, de pétalas perfumadas. Olho o maldito telemóvel a cada minuto que passa e entre cada minuto parece que passam horas tremendamente vazias.
Ontem não foi surreal, existiu. E eu absorvi-te em cada gesto. E o meu silêncio falou por mim. A dúvida, a confusão, o mistério que escondias transbordava pelos teus olhos, pelos teus lábios, pelo teu corpo… outrora de outra e não…nunca meu.
Certo tipo de dor é inevitável quando se vive um grande amor e nunca se entende muito bem essa perda. É como se levassem um pouco de nós, um pouco não, muito de nós e ficasse muito deles. Eu sei, eu também tenho medo. E também não quero sofrer, mas a esperança e a expectativa de ser feliz, fez-me esquecer tudo e querer o céu em detrimento de uma só estrela. Será que me compreendes? Será que queres tanto como eu voltar a viver, acordar sabendo que eu existo para ti tal como tu existes para mim? Interrogações que espero solucionar. Procura-me e diz-me algo em breve. Este dia parece não acabar mais. A agonia, confusão estão a dar cabo de mim. A minha escolha parece arriscada e existem outros caminhos a percorrer, que talvez me esperem…
Por favor dá-me sinais! Valerá a pena continuar este caminho até ti? Que vou encontrar no percurso? Ou será melhor voltar atrás e percorrer um outro percurso, que me espera doce e sincero sem mágoa, sem cicatrizes do tempo e com amor para me dar, daquele tão belo e puro quanto anseio, necessito e preciso de respirar neste momento. Vem até mim, dá-me respostas e beija-me desta vez com a certeza de que queres ficar… ou ir de vez!
16 de Dezembro 2004