quarta-feira, julho 26, 2006


Embalo a tristeza
Como quem embala uma criança
A quem impediram de sonhar
Com sons que apaziguam a alma
E adormecem o coração
Por instantes que sejam

As tuas palavras
Que confundem
O desejo que te move
A eterna dúvida
A pergunta que saltita
Dentro mim…

Porque não queres conhecer
Também a gruta que tenho dentro de mim
Aquela que tem duas aurículas e dois ventrículos
Aquela que não vês, mas podes sentir
Quente de afecto!
Não será essa a mais bela gruta do mundo?
É uma gruta cavernosa e húmida
Das lágrimas que insistem em não evaporar
Tem espaços recônditos que podes explorar
Não será essa a mais bela gruta do mundo?
Mas porque também não partilhas
A tua gruta comigo
Aquela que dizes ser vazia
Que se reflecte nos teus olhos
Mas que procura também um lago azul
Cheio de cor e afecto!
Os espaços secretos
São especiais
Mas perdem toda a beleza
Quando não partilhados.