sábado, novembro 26, 2011

Gosto de ti

Hoje sinto um desalento tremendo. As emoções são tantas e variam tanto ao longo dos dias... nem sempre é fácil lidar com elas, aceitá-las. Continuar o caminho, significa às vezes não entender no momento, às vezes é só para sentir. Ontem lançaste aos olhos de todos, a frase «Gosto de ti»... e eu palerma naquele micro-segundo achei que era para mim. Que era a tua forma de chegar até mim. No segundo seguinte senti-me irritada com uma raiva tremenda... não seria para mim ... tu sabes que odeio exposição a esse nível. Olhei várias vezes ... e  revesti-me de um manto de tristeza ... as pessoas hoje em dia não dizem cara na cara gosto de ti, as pessoas usam as sms's, o facebook, o messenger, o skype e tantas outras formas de se expressar. Também às vezes caio nessa tentação. Tenho que me lembrar mais vezes de me expressar, de dizer o que penso, de ser mais genuína. Tenho que me lembrar que os afectos são tão preciosos que devem ser mimados e cuidados tantas vezes quantas possíveis olhos nos olhos, mãos nas mãos.
Toda e qualquer pessoa que não tenha a coragem de dizer, olhos nos olhos o quanto gosta da outra devia ser castigada, até conseguir fazer esse exercício. E, sim pode levar com uma tampa enorme. Não existe nada mais belo e sincero do que falar abertamente do que se sente. Os homens não são educados para dizerem a toda a hora o que sentem... pelo contrário a nossa sociedade pune muito o sexo masculino neste aspecto. Por isso quando vejo seres vivos imensos a expressarem-se a serem espontâneos, sorrio muito. É como se espalhassem magia e pózinhos de perlimpimpim, semeiam luz que se reproduz.. e é maravilhoso ver a magia a circular.
A energia negativa por outro lado, em vez de brilhar, bloqueia, inibe, faz vir ao de cima o pior... e se existe temos que aprender a lidar com ela. Odeio que me digam que a tristeza vai passar... odeio que as pessoas não consigam aceitar a tristeza umas das outras, odeio que as pessoas não saibam lidar com a tristeza e a bloqueiem para mais tarde a virem a sentir com uma intensidade ainda mais profunda e marcante. É preciso sentir o que quer que seja, sem o negar. Hoje estou triste apetece-me ouvir o piano a chorar vezes sem conta. Apetece-me chorar com ele, apetece-me transbordar todas as emoções negativas. Li algures que o acto de chorar permite que as energias se renovem, liberta-nos. Quero ser livre, sei o quanto ainda me prendo a ti. O quanto ainda te abraço, estou a lutar para te deixar ir de dentro de mim. Gosto de ti, sim. Gosto tanto de ti e, por isso, quero-te ver livre e feliz. Quero ser feliz também.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Preencher o vazio


Olhar para dentro. Ouvir o que o coração nos pede. Aceitarmos a pessoa em que nos tornamos sem perder de vista as aspirações e objectivos rumo à realização pessoal. Construir pequenas metas a serem alcançadas todos dias. Deixar de te procurar, de te ver, de ter necessidade de te sentir ali longe mas à vista... Perder o controlo, deixar-te ir... custa-me este mundo e o outro. Quando o que continua a pulsar dentro de mim é a vontade incontrolável de correr para ti... de te abraçar... de te perdoar. Tenho medo deste sentimento. Tenho um medo terrível de ser rejeitada, sei que de momento não teria forças para o suportar. É esta a luta dos dias que correm devagar... mas cada vez mais tranquilos. Já consigo aceitar a tua ausência, já consigo compreender. Já não me sinto num conflito pesaroso e sombrio. A luz começa-me a invadir, começo a estipular e estabelecer prioridades. Começo a sentir-me feliz comigo. Esta semana fiz uma pequena viagem a um sítio espiritual... levei comigo duas pessoas incríveis, não existe força e luz maiores que nos iluminem senão a aceitação incondicional que a amizade nos presenteia. Faz-nos desarmar e deixar de dar ouvidos ao crítico incessante que temos dentro de nós. Ajuda-nos miraculosamente a sarar as feridas, a ver a luz, a acreditar em nós e nas outras pessoas.
Ouvi o silêncio, ouvi-me, chorei a tua ausência, verbalizei a minha interpretação dos factos, de todo este processo. Senti-me impotente e pude aceitar a minha incapacidade, a minha pequenez para mudar o que não está ao meu alcance. Aos poucos vou-me reestabelecendo, tenho momentos em que não sei ainda interpretar o que sinto. Mas tenho momentos valiosos de pura clarividência. Converso muito contigo e rio-me de mim a cair na ilusão de te ter por perto. Assim passam os dias.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Parar, abastecer...


Aqui parada em frente ao ecrã, estava a pensar no quanto hoje não sei definir o que sinto. Se ontem me fazia rir a ironia da vida, hoje estou bem séria... a olhar para o vazio, cai-me o rosto sem expressão sobre o teclado gasto. Os degraus são imensos e as forças para olhar para cima e subir são a este ponto escassas. Espero acordar amanhã de energias renovadas. Foi uma noite pesada, um turbilhão de pensamentos, a cabeça às voltas com tantas verdades e revelações. Estou naquele corredor entre o passado e futuro e inevitavelmente continuo a olhar para o passado e a reviver tudo, a analisar tudo para ver se não ficam dúvidas, se não estarei enganada nas minhas percepções. As memórias bloqueiam o meu fluir, não me deixam partir e não te deixam partir facilmente. Ainda te procuro, ainda te sinto, ainda te quero aqui. Sei que vai passar, tem que passar. O que não passa neste preciso momento é aquela esperança, aquela luz pequenina... aquela réstia de luz...que me lembra que ainda estás aqui bem dentro de mim. Deixar-te partir, não pensar em ti, não te querer aqui, é das missões mais dolorosas. E aqui para nós devia ser proibido! Um dia de cada vez. Não posso dar passos para trás. Existem dias em que mesmo que não consigamos seguir em frente é preciso parar, abastecer, antes de seguir caminho.

quinta-feira, novembro 17, 2011

Verdades reveladoras


Lembro-me dos tempos de estudante, em que a minha melhor amiga estudante de psicologia estava a estudar para um exame e partilha comigo o que estava a estudar. Disse ela um dia: «Segundo o que diz aqui devemos fugir da paixão.» Fiquei a pensar naquilo, nunca me esqueci pelo impacto que me causou. Fugir da paixão? What? Fugir daquele sentimento que nos faz parar no tempo e sentir vivos? Not a chance, I want it so bad. Agora já entendo, agora essa verdade fica clara. Agora entendo a diferença entre Eros (amor apaixonado) e Agape (amor mútuo profundo, livre de paixão), é tão estonteante e tão difícil de alcançar esta diferença, tão difícil aceitá-la. 
Ainda estou a digerir, acabo de perceber que fui abandonada porque ele não conseguiu lidar com o agape... a tal tranquilidade que se reflecte pela ausência da paixão inebriante. Toda a minha vida procurei o Eros, toda a minha vida pensei que devia procurar o tal click, toda a minha vida fiz o contrário do que os psicólogos dizem e toda a minha minha sofri. 
No dia em que encontrei o Agape, ele abandonou-me porque dizia gosto de ti mas não sinto o tal click. Apetece-me rir à gargalhada, correr para ele e contar-lhe das minhas descobertas e verdades. Se a vida consegue ser irónica, este momento é efectivamente o cúmulo da ironia. 
Não percorri, ainda, a minha estrada rumo à descoberta e desenvolvimento pessoal que necessito para estar com alguém. Mas não devia alguém ter-me explicado isto antes e evitar tanto sofrimento? A resposta é não! E por isso, não devo partilhar contigo, devo deixar-te ir percorrer a tua própria estrada. A prova de que ainda não estou preparada é este impulso forte de te contactar e partilhar, resgatar-te enquanto é tempo... ;-)... as desculpas que damos para justificar cair no mesmo esquema são tramadas, verdadeiras armadilhas...:-p 
Preciso de construir bem os alicerces para não desmoronar de novo. O meu mundo desmoronou, a minha vida parou face aos níveis de vazio que sentia, preciso de me cuidar, preciso de me dizer a mim própria todos dias que um castelo não se constrói num dia. 

"Pedras no caminho? Guardo-as todas .... Um dia .... um dia .... construirei um castelo!"


quarta-feira, novembro 16, 2011

(Des)Construção...


"Deito fora as imagens, sem ti para que me servem as imagens? Preciso habituar-me a substituir-te pelo vento, que está em toda a parte e cuja direcção é igualmente passageira e verídica. Preciso habituar-me ao eco dos teus passos numa casa deserta, ao trémulo vigor de todos os teus gestos invisíveis, à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve a não ser eu. Serei feliz sem as imagens. As imagens não dão felicidade a ninguém. Era mais difícil perder-te, e, no entanto, perdi-te. Era mais difícil inventar-te, e eu te inventei. Posso passar sem as imagens assim como posso passar sem ti. E hei-de ser feliz ainda que isso não seja ser feliz."

Raul de Carvalho

terça-feira, novembro 15, 2011

Long road...


"Existe muito sofrimento na vida e talvez o único sofrimento que possa ser evitado seja o sofrimento causado por tentar evitar o sofrimento. Laing

Toda a minha vida me orgulhei de mim, dos meus sentimentos, tanto que sempre consegui ir além, alcançar níveis de sofrimento tão inimagináveis... justificar a mim mesma porque continuava a estar ali para alguém que não estava ali de forma recíproca. 
Começo a entender cada vez mais a importância de preencher o vazio, de deixar de cuidar dos outros e estar lá para eles. Começo a entender a importância de ser egoísta e cuidar de mim. Algures entre o que sei e o que consigo alcançar existe um certo abismo, uma voz que me relembra vezes sem conta então e os valores e a happiness only real when shared?! Afinal é preciso moderar o sentir tudo de todas as maneiras, o viver o momento, o estar lá para os outros. Como se preenche o vazio... é essa a estrada que agora percorro. Sei algumas respostas, mas olho para elas e olho para eles lá trás.. todinhos e não consigo não me preocupar. Não pensar, não imaginar se estão bem, como estão. Dado que entraram na minha vida para mim isso é sinónimo de me preocupar de estar lá ad eternum. Tão tolinha! Sempre me orgulhei por ser uma excelente cuidadora, todos os que me abandonaram .... voltaram uma, duas, três vezes ou mais.... Agora percebo a eficácia do meu colo, o quanto o porto de abrigo que consigo ser traz paz, acalma, conforta, faz com que as pessoas se sintam amadas. Costumava usar a metáfora de que estavam o tempo suficiente para me sugar tudo o que tinha de bom, para receberem amor e mimo, abastecer e seguir vida fora. Não existe nada de mais estimulante do que nos sentirmos amados, nada nos levanta mais a moral mesmo que o sentimento não seja recíproco e não tenhamos essa noção. Dá-nos a sensação de termos valor, valoriza-nos tanto que inconscientemente sentimos uma força que nos permite assumir o controlo novamente. O reforço ao nível da auto-estima representa um estado de euforia e adrenalina verdadeiramente libertador.
O problema, o grande problema da questão é a abnegação por que passei ao longo desses anos, o quanto me infligi sofrimento e dor, o quanto me privei de ser cuidada, o quanto não fui egoísta, o quanto me destruí sem saber. Viver o momento, estatelar-me contra a parede, levantar-me ... eu assumi vezes sem conta o desafio.. eu não sabia o quanto me estava a afundar, o quanto me menosprezei, eu não sabia, eu não consegui identificar o quanto eu merecia igualmente o amor incondicional. Achava que tinha uma capacidade e flexibilidade para aceitar as pessoas na minha vida imensa e os outros não eram mais exigentes. Hoje sei que cuidar dos outros era uma forma de investir neles e achar que podiam mudar e efectivamente fazê-los olhar para mim. É tempo de olhar para mim, de me cuidar, de preencher o vazio.... Como? Não sei ...




I think last night you were driving circles around me ...

...and I'm still waving saying goodbye... but my broken heart wont let you go!









segunda-feira, novembro 14, 2011

Angústia


Esta Velha Angústia Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha,
Em lágrimas, em grandes imaginações,
Em sonhos em estilo de pesadelo sem terror,
Em grandes emoções súbitas sem sentido nenhum.

Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.

Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos:
Estou dormindo desperto com sonhos que são loucura
Porque não são sonhos.
Estou assim... 

Álvaro Campos

Healing Process


Estou a tentar aprender de novo a viver no meu silêncio, na minha bolha de privacidade, na minha solidão outrora, tão preciosa e tão necessária. Depois da tua passagem a minha solidão parece um filme de terror. Como diz o poeta, já não sei andar só pelos caminhos. Parece a coisa mais assustadora que terei que re-aprender. O meu telemóvel ficou mudo e quando dou por mim, na ilusão de que ainda estás comigo, ainda espreito ao de leve... As mensagens de bom dia, de boa noite, as mensagens até altas horas incessantemente já não existem, em vez disso o silêncio. As horas a fio, o tango conversacional terminou. A dança que era a nossa comunicação do dia-a-dia, a dança feliz em que nos inebriávamos terminou. Já não existe um único som para contar história. E, por outro lado, existem tantas músicas que me dedicaste, quando vou a conduzir e alguma delas dá na rádio ainda me cai uma lágrima ou outra. Os dias sem ti... a luta... a vida que valia a pena ser vivida nas asas do teu voar... são frases que trago cravadas em mim.
Ainda... fecho os olhos e consigo ver-te a receber-me no elevador, a abraçar-me, a mimar-me, a amar-me. Ainda, te consigo ver a deslizar a face com o teu sorriso enquanto a porta do elevador se fechava. Ainda consigo relembrar o barulho enervante do borbulhar do aquário na sala. Ainda nos vejo no teu sofá preto de olhos esbugalhados a ver aquele programa de culinária. Ainda me lembro do pôr-do-sol na tua varanda.
Cada vez que vejo o rio, a ponte, o nosso sítio, sorrio e lembro-me da tua frase: somos pessoas desta margem. Éramos pessoas daquela margem, com lugar reservado para a paisagem deslumbrante e apaixonante. No outro dia passei por lá e vi um casal no nosso sítio e gritei de raiva, de dor.
Lembro-me da primeira vez que ouvi a tua voz, ao telemóvel quando nos encontramos, lembro-me o quanto me bateu o coração, enquanto ia ao teu encontro sobre a ponte já gelada de tanto frio. Lembro-me. Estás aqui. E é um processo excruciante não saber de ti, quanto mais tirar-te daqui. Aos poucos, dia sim... dia não... vou conseguindo... a solidão volta a preencher os espaços, o tempo, a vida. Perco-me no ciclo vicioso, ora negação, ora raiva, ora depressão... um dia talvez consiga subir ao degrau da aceitação. Aceitar que decidiste partir é doloroso, mais do que poderia imaginar. Estou em busca da luz, da minha luz interior. No entanto, dava tudo, tudinho para ver a tua.

sábado, novembro 12, 2011

Pensamentos Corrosivos


Diz a música .."So if another door closes... I hope you see the window opening ..." não me canso de a ouvir .. conheço-me ... sei da complexidade de que se revestem os meus dias face a uma situação de abandono emocional, mas não sabia da profundidade e dos níveis absurdos ... das doses incríveis de sofrimento que me esperavam desta vez. Agora mais do que nunca percebo quando dizemos "nunca fui tão feliz na minha vida", efectivamente quando o dizemos é sentido e verdadeiro mas se alguém nos ouvir dizer duas vezes vai achar que não sabemos identificar a felicidade ou os momentos felizes. Sei que atingi níveis de maturidade e de compreensão sobre a vida que me permitem dizer sem pestanejar e com toda a convicção de que posso demonstrar e sentir. Sei que fui feliz tanto mas tanto que me debato todos dias numa luta interior, num conflito aceso para compreender o que me aconteceu. De todas as pessoas que cruzaram o meu caminho, nunca tive o privilégio de sentir a troca recíproca, o equilíbrio, o amor incondicional de que toda a minha vida me queixei de nunca ter sentido. Agora de rosto repleto de lágrimas já posso dizer que o senti, que o senti e vivi intensamente. E não consigo aceitar que tenhas partido com motivos vazios, não aceito que consigas ser frio ao ponto de compartimentar a vida, não consigo aceitar que depois da partilha intensa não sintas nada, não consigo... acaba comigo, acaba com a minha aceitação de mim mesma. Destrói-me todos os dias um bocadinho mais, corrói-me o interior e os meus pensamentos são tão corrosivos ... absorvem cada segundo do meu dia. Não consigo prestar atenção à vida, apenas dar colo à minha não vida. Dormir, quando consigo dormir é a maior bênção. É aquela parte do dia em que deixo de falar contigo como se sentisse o teu folego sobre o meu ombro, ou como se estivesses ao meu lado ... e quando dou por mim tenho a ilusão de ter dito o que pensei... e estou neste mundo paralelo em que tu existes e me fazes mal. Como pode uma pessoa que nos fez tanto bem, tornar-se na pessoa que nos faz tanto mal... 
Sinto-me doente. Tento a cada dia que passa deixar-te ir ... tento repetir vezes sem conta a mim mesma que vai passar ... e nervo-me nesta luta entre mim, bem dentro de mim. Sei que no tempo e espaço encontrarei a paz... que tanto preciso, que tanto aspiro. Desejo todos dias que não tivesses entrado na minha vida. Não suporto esta dor de te perder. Mas sobretudo não suporto este silêncio que assumi nesta nova etapa de afastamento, não me perdoo por não lutar mais por ti... Comportamento gera comportamento. Não te perdoo a ti, sobretudo a ti por fazeres igual aos outros por me abandonares, não te perdoo desistir de nós e do que construímos. Não te perdoo o egoísmo. Não te perdoo, e isso dói-me profundamente.







quarta-feira, novembro 09, 2011

Dancing free...



Existem melodias que não são extraordinárias mas são eficazes, ficam no ouvido, transmitem uma mensagem com que nos identificamos de forma directa e sem rodeios. O bem-estar não precisa de ser embalado em grandes obras-primas. As maiores provas de amor estão e existem nas coisas mais simples. Hoje apetece-me dançar, dançar dentro desta música. Ser feliz dentro dela, dentro das certezas de que acreditar em algo ou em alguém faz toda a diferença. Acredito em mim, no julgamento que faço das pessoas, acredito.. acredito tanto. Hoje tenho que acreditar. Hoje tenho que brilhar, hoje tenho que gritar bem alto que te sinto aqui como se nunca tivesses partido. Por vezes a dor, a mágoa, a tristeza revestem-se de música que nos faz sorrir, que nos faz dançar, que nos faz cantar vezes sem conta a mesma letra... e de todas vezes ela é dita de forma sentida.
Esse simples acto liberta-nos a mente, liberta-nos os sentidos, liberta-nos do sufoco constante que é não poder ter uma varinha de condão e tornar realidade aquilo em que acreditamos. Hoje punha a mão no fogo pelo que acredito, por ti que bates no meu peito forte, que me iluminas o sorriso.


domingo, novembro 06, 2011

Como pode o amor escapar por um triz?




Não é que o medo a impeça de ser quem é
Só não sabe lá muito bem como é que há-de ser
Não é que ela não aprecie aquilo que tem
Mas dá muito mais atenção ao que pode ter
Não é que o silêncio a aflija mais do que o Sol
Em qualquer dos casos ela acaba por se esconder

Não é que ela viva do sonho de ter alguém
Mas tem uma esperança guardada de ser feliz
Não é que ela não acredite em ser mulher
Mas se alguém a quer e a seduz ela não diz
Então ela troca as palavras e fecha a luz
E pensa outra vez que o amor lhe escapou por um triz

E ela vai e vem
Vai e vem
Deixa no banco tudo o que tem
Ela vai e vem
Vai e vem
Nos bastidores não vê ninguém

Não é que ela esteja encalhada junto ao farol
Mas tem uma vela pintada por outra mão
Não é que o vento a amachuque mais do que o Sol
Porque o vento é sempre mais fraco que a solidão
Como as certezas são mais caras que as opiniões
E quando ela olha para o leme não há capitão

E ela vai e vem
Vai e vem
Deixa no banco tudo o que tem
Ela vai e vem
Vai e vem
Nos bastidores não vê ninguém



Às vezes




É assustador como tudo pode dar errado tão rápido.

Às vezes, precisamos de uma grande perda, para nos lembrarmos do que realmente importa.

Às vezes,ficamos mais fortes como resultado disso.
 
Mais sábios, e melhor equipados para o próximo desastre que virá. 

Às vezes. Mas nem sempre. 


Anatomia de Grey, 8 temporada, 8 episódio

sábado, novembro 05, 2011

Não invoques o amor em vão ...



“Quanto mais longe, mais perto me sinto de ti, como se os teus passos estivessem aqui ao pé de mim e eu pudesse seguir-te e falar-te e dizer-te quanto te amo e como te procuro, no meio de uma destas ruas em que te vejo, zangado de saudade, no céu claro, no dia frio. Devolve-me a minha vida e o meu tempo. Diz qualquer coisa a este coração palerma que não sabe nada de nada, que julga que andas aqui perto e chama sem parar por ti.”

O amor é fodido, Miguel Esteves Cardoso