quarta-feira, novembro 23, 2011

Preencher o vazio


Olhar para dentro. Ouvir o que o coração nos pede. Aceitarmos a pessoa em que nos tornamos sem perder de vista as aspirações e objectivos rumo à realização pessoal. Construir pequenas metas a serem alcançadas todos dias. Deixar de te procurar, de te ver, de ter necessidade de te sentir ali longe mas à vista... Perder o controlo, deixar-te ir... custa-me este mundo e o outro. Quando o que continua a pulsar dentro de mim é a vontade incontrolável de correr para ti... de te abraçar... de te perdoar. Tenho medo deste sentimento. Tenho um medo terrível de ser rejeitada, sei que de momento não teria forças para o suportar. É esta a luta dos dias que correm devagar... mas cada vez mais tranquilos. Já consigo aceitar a tua ausência, já consigo compreender. Já não me sinto num conflito pesaroso e sombrio. A luz começa-me a invadir, começo a estipular e estabelecer prioridades. Começo a sentir-me feliz comigo. Esta semana fiz uma pequena viagem a um sítio espiritual... levei comigo duas pessoas incríveis, não existe força e luz maiores que nos iluminem senão a aceitação incondicional que a amizade nos presenteia. Faz-nos desarmar e deixar de dar ouvidos ao crítico incessante que temos dentro de nós. Ajuda-nos miraculosamente a sarar as feridas, a ver a luz, a acreditar em nós e nas outras pessoas.
Ouvi o silêncio, ouvi-me, chorei a tua ausência, verbalizei a minha interpretação dos factos, de todo este processo. Senti-me impotente e pude aceitar a minha incapacidade, a minha pequenez para mudar o que não está ao meu alcance. Aos poucos vou-me reestabelecendo, tenho momentos em que não sei ainda interpretar o que sinto. Mas tenho momentos valiosos de pura clarividência. Converso muito contigo e rio-me de mim a cair na ilusão de te ter por perto. Assim passam os dias.