Aqui parada em frente ao ecrã, estava a pensar no quanto hoje não sei definir o que sinto. Se ontem me fazia rir a ironia da vida, hoje estou bem séria... a olhar para o vazio, cai-me o rosto sem expressão sobre o teclado gasto. Os degraus são imensos e as forças para olhar para cima e subir são a este ponto escassas. Espero acordar amanhã de energias renovadas. Foi uma noite pesada, um turbilhão de pensamentos, a cabeça às voltas com tantas verdades e revelações. Estou naquele corredor entre o passado e futuro e inevitavelmente continuo a olhar para o passado e a reviver tudo, a analisar tudo para ver se não ficam dúvidas, se não estarei enganada nas minhas percepções. As memórias bloqueiam o meu fluir, não me deixam partir e não te deixam partir facilmente. Ainda te procuro, ainda te sinto, ainda te quero aqui. Sei que vai passar, tem que passar. O que não passa neste preciso momento é aquela esperança, aquela luz pequenina... aquela réstia de luz...que me lembra que ainda estás aqui bem dentro de mim. Deixar-te partir, não pensar em ti, não te querer aqui, é das missões mais dolorosas. E aqui para nós devia ser proibido! Um dia de cada vez. Não posso dar passos para trás. Existem dias em que mesmo que não consigamos seguir em frente é preciso parar, abastecer, antes de seguir caminho.