O meu coração é azul. De um azul transparente que às vezes se confunde com a chuva e o orvalho da manhã. Perdoa-me, meu amor os dias em que o azul não me chega ao coração tão fluido. Os dias em que as outras cores me dominam e afastam dos dias azulados e cristalinos. Dos dias de prazer assolarados em que o teu abraço me fazia perder em florestas cheias de vida e onde os bancos do jardim ainda esperam por nós. O silêncio dos dias consegue camuflar-se e invadir-me por vezes sem que eu esteja prevenida para o seu ataque. Mas não te esqueças nunca que o meu coração é azul. Não te esqueças dos quadros que pintamos juntos em tons tão azulados que se confundiam com um arco-íris magnânime. É certo que o nosso arco-íris é especial. Nem sempre chove e faz sol ao mesmo tempo. Não sei quando o teu sorriso voltará a aquecer o meu coração. São precisas condições climatéricas especiais, não te esqueças. O meu coração definitivamente é azul.