Fecho os olhos tento perceber o que correu pior. Procuro o azul e não tenho forças para o agarrar. Olho em volta de novo com uma esperança renovada mas sinto desalento. Queria tanto ser mais pacifica, não me encontrar sempre em constante ebulição. Stressada por natureza, obsessiva e ansiosa por defeito. Abunda uma preocupação constante com os dias vazios e de silêncio, porque não sei o que sentes e o porquê. Nos dias que passam apenas a poesia, as frases bem feitas, a música e os mimos dos que me rodeiam me aquecem o coração. A poesia faz-me sonhar, voar, sorrir, chorar. Toca-me profundamente. A música... a música é uma arte sublime que me aquece o coração lentamente e me vai aquecendo até ao mais recôndito e sombrio espaço mental. Entranha-se, é sublime, anestesia e alimenta a minha alma entristecida. A temperatura começa a baixar é preciso encontrar alento. O tempo anda instável. Tu, bem tu não sei. Tambêm não sei se é suposto saber. Voltámos aos dias de silêncio. No dia em que fizeres algo que me aqueça o coração de novo espontaneamente, bem nesse dia vou renascer, gostava que pensasses que o afecto se transfigura de mil e uma formas. Gostava que a seta se virasse para os dois lados uma vez que fosse, apenas porque é magnifico fazer bem independentemente da intensidade do sentir. Relembro aqueles abraços que me enterneçem (já te disse que adoro esses abraços inesperados?), o sorriso deslumbrado aquando os mimos e guardo as memórias como os mais preciosos tesouros que possuo. Mas que digo eu... eu gosto de acreditar que existem dias, momentos azuis. Mas bastará acreditar?
Fecha o pano, cai a lágrima...
Fecha o pano, cai a lágrima...